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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

MUTAÇÃO GENÉTICA INDUZIDA

Gleba Nova Olinda I situa-se no município de Santarém no Oeste do Pará, na margem esquerda do rio Maró e margem direita do rio Aruã, afluentes do rio Arapiuns. Em linhareta, fica aproximadamente, 93 Km (12 horas de barco a motor) de distância da sede do município. Com uma dimensão total aproximada de 87.496 ha, a Gleba Nova Olinda I é
constituída integralmente por terras públicas arrecadadas pelo Estado, sendo composta por 14 (quatorze) Comunidades ribeirinhas, formada por populações tradicionais. Segundo levantamento realizado em 2007, a Gleba
continha 308 famílias totalizando 1.304 pessoas (ver comunidades que integram a Gleba na Tab.1). Além das áreas
comunitárias, foi destinada uma área de permuta para atender o edital de
Concorrência no 001"85 – Iterpa, publicado no DOE de 31.01.85. O
cumprimento deste edital se deu através do Decreto Estadual 2.472"2006, a partir do qual, deu-se a assinatura dos contratos de permuta de 25 lotes permutados, os quais respeitam, em sua totalidade, as áreas limítrofes das comunidades. A área permutada é destinada exclusivamente ao Projeto de Manejo Florestal Sustentável, não sendo permitido o corte raso da
floresta e demais formas de vegetação nativa, sob pena de imediata reversão das terras ao pleno domínio do Estado. Ressalte-se que, o processo de ocupação vem sendo controlado pelo Estado (através do Iterpa, IBAMA e SEMA), o qual vem dando garantia fundiária e ambiental as
Comunidades. No momento, todas as comunidades já foram georeferenciadas, já tendo sido publicado o Decreto de Regularização Fundiária de três Comunidades. Estima-se que, a

MUTAÇÃO GENÉTICA INDUZIDA
regularização fundiária de todas as comunidades seja concluída até dezembro"2009, excetuando uma área em litígio de 29.588 ha, na qual habita 47 famílias e, congrega três dás quatorze comunidades da Gleba, estando essa área, sendo objeto de conflito desde o ano 2000.
COMUNIDADES QUE INTEGRAM A GLEBA NOVA OLINDA I
Comunidade Localização Famílias População Área p"Fam Regularização
São Luiz Rio Aruã 13 55 306,05 ha Coletiva Novo Paraíso Rio Aruã 16 99 306,05 ha Coletiva São Francisco Rio Aruã 34 174 306,05 ha Coletiva
São Raimundo Rio Aruã 15 64 360,77 ha Coletiva Vista Alegre Rio Maró 21 83 148,48 ha Coletiva Soc. dos Parentes Rio Aruã 26 86 100,00 ha Individual
Repartimento Rio Maró 30 123 100,00 ha Individual Sempre Serve Rio Aruã 29 81 100,00 ha Individual Mariazinha Rio Maró 24 100 100,00 ha Individual
Prainha Rio Maró 12 73 216,73 Coletiva Fé em Deus Rio Maró 41 104 100,00 ha Individual Novo Lugar Rio Maró 18 94 629,55 ha Opção Indígena
Cachoeira do Maró Rio Maró 18 89 629,55 ha Opção Indígena São José III Rio Maró 11 79 629,55 ha Opção Indígena azão do Conflito: Conforme relato de antigos moradores como os irmãos Saturnina e Graciano Martinho, bisnetos dos primeiros habitantes da Gleba Nova Olinda I1, a colonização deu-se através de pessoas das mais diversas origens; Paraense, Cearense,
Maranhense, Rio Grandense e, até, originários do Paraguai e Colômbia (ver principais colonizadores, Tab.2). Segundo estes, quando seus bisavós chegaram a região, só existiam duas famílias morando em toda região do Maró, uma família morava num lugar chamado de Andirobal
e outra família morava no Repartimento, hoje Comunidade de mesmo nome. Seus bisavós, há quase um século, escolheram uma lugar para morar e, a ele, deram o nome de sítio Gavião, hoje Comunidade Fé em Deus.

1 Saturnina Martinho nascida em 02 de Março de 1947 e Graciano Martinho, nascido em 02 de Fevereiro de 1951, residem hoje na Comunidade Fé em Deus e, são bisnetos de Seu Mássimo e Dona Maria Rosa, 3ª família a chegar na Gleba Nova Olinda – região do Rio Maró.
TABELA 1
Ocorre que, Odair José Sousa Alves, filho de Albino e dona Edite, morador da
comunidade Novo Lugar, passou a se declarar Cacique do Povo Indígena Borari e, denominar-se Odair José Borari. Contando com o apoio do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santarém, do Frei Florêncio da CPT e do Greenpeace, passou a realizar reuniões nas comunidades da Gleba,
para convencê-los a se declararem índios e, requererem toda área da Gleba como área indígena. Segundo Basílio Matos dos Santos, tio de Odair, as ONGs diziam que os madeireiros iriam tomar as terras das comunidades e tirar toda a madeira e, os sojeiros, iam derrubar tudo e o rio ia secar(não existe plantação de soja em toda a Gleba Nova Olinda). Basílio então conclue: como acreditar neles se o que eles pediam é que agente mentisse dizendo que era índio. Eu sou tio do Odair, eu ajudei a criar esse menino desde que o pai
dele morreu aos 25 anos. O Bisavô dele era Rio Grandensse, Meu pai, avô de Odair, morava em Belém, nós nunca tivemos índio na família. Aqui no Maró, agente se conhece uns aos outros e, nunca teve índio nessa Gleba, como concordar com uma mentira dessas? (Esta denúncia foi publicamente formulada em extensa matéria publicada no jornal O Impacto, edição 643 de 20 de julho de 2007). Resultado: Dás quatorze comunidades que habitam a
Gleba, apenas três aceitaram se declarar índias (Novo Lugar, Cachoeira do Maró e São José III). Convém mencionar que, há época, as comunidades pleiteavam a regularização fundiária junto ao Governo do Estado, algumas queriam regularização coletiva e outras individual. Segundo o relatório da equipe de trabalho realizado em 2007 para coletar coordenadas geográficas, realizar levantamento socioeconômico e fundiário e, identificar a
forma de regularização pretendida pelas comunidades (equipe composta por técnicos do ITERPA, IBAMA, SEMA e INCRA), a comunidade Cachoeira do Maró havia optado por regularização individual, tendo em 2006 formalizado 22 (vinte e dois) processos individuais e, quando da visita dos técnicos em 2007, esta mudou sua opção para área indígena. Basílio denuncia ainda que, quando da visita dos técnicos, em agosto"2007, foi realizada uma reunião na comunidade Fé em Deus onde ficou decidido que, nós não entraríamos na área deles e eles não entrariam na nossa. Isso ficou acertado na presença dos técnicos e assinado na folha de presença. Só que agora, influenciados pelas ONGs, eles querem fazer reserva até o Igarapé do Arara, ou seja, atravessou a nossa estrada, passou por trás de nossa comunidade aliás, passou por todas
comunidades até chegar a última comunidade que é a Mariazinha. Então eu pergunto: e a nossa estrada? Por onde vamos tirar nossa produção se no verão tem uma cachoeira que não passa barco? Por onde vai chegar a energia luz para todos? Pelo ar?. Nós somos vizinhos. Conhecemos todos eles desde quando chegaram na região. O Odair eu ajudei a criar e, agora, esse moleque
vem dizer que é Cacique de índios que nunca existiu em nossa região e, muito menos em nossa família.

2 Manoel Bagata nascido em Janeiro"1946 e sua mãe Alcilena Bagata de 91 anos, residem na comunidade Fé em Deus, na Gleba Nova Olinda I.

Nunca existiu índio na Gleba Nova Olinda. As ONG é que ensinam eles. Êles só se vestem e se pintam como índio quando vão falar com pessoas do Governo, pra poder enganar! O que ele e as ONG querem é impedir que o ITERPA regularize as terras das comunidades como acertado e, isso nós não vamos aceitar. POVO BORARI: Não era nômade. Eles habitavam exclusivamente em Alter do Chão na margem direita do rio Tapajós. Registros históricos revelam que, o Povo Borari não era uma grande tribo mas, apenas, um pequeno grupo índio da mesma ramificação étnica dos Tapajós ou Tupaius. Segundo o Jesuíta Jacinto de Carvalho que perlustrara a região em
1719, contava-se na Aldeia Borari um total de 235 índios que, de tão poucos, o padre português Manuel Ferreira levou, em 1920, índios da Aldeia Tapajós para criar a Missão de Nossa Senhora da Purificação dos Borari e, ter assim, mais mão-de-obra para cuidar da agricultura e que, a Missão dos Borari não era independente mas, controlada e administrada pelo
Missionário da Missão de Nossa Senhora da Conceição do Tapajós, evidenciando a pouca importância que lhe era dada (Rodrigues, 1890,
tupaiulândia, 82). Com o passar do tempo, os "donos da casa" – os Tapajós – foram se apagando, diminuindo, desaparecendo do cenário local. Dentro de alguns anos eram apenas "notícia" para os novos e tradição para os velhos. Não mais se encontrava um só Tupaiu verdadeiro pelos arredores da futura Santarém. Diversas foram as presumíveis causas da extinção da famosa tribo: guerra, epidemias trazidas pelos brancos, freqüentes assaltos de tropas de resgates e escravização em massa. Depois, repetidas requisições de mulheres e crianças para serviçais nas casas de famílias brancas e, de homens para as expedições que, amiúde, subiam os rios ou se embrenhavam nos sertões a procura de "drogas" ou minerais valiosos. Tais requisitados, quase sempre, tomavam novos rumos não mais regressando a aldeia. Por fim, o natural caldeamento inevitável com os colonos portugueses, dos quais, os rebentos já não seriam índios mas mamelucos.
ABANDONO E EXTINÇÃO DAS RAÇAS INDÍGENAS, COLONIZAÇÃO BRANCA E TRABALHO ESCRAVO (O Brasil e as Colônias Portuguesas, págs. 70"71). Já aquela época, contava-se pelos dedos os legítimos Tupaiuaras – velhos Tapajós de homens grandes e fortes, agora não passavam de pigmeus
entupidos de cachaça e chibé, empambados de vérmina que, se acocoravam às margens do rio verde-negro, a ruminar as glórias dos seus antepassados....Quando alguns anos depois, em 1762 andou pisando estas areias o bispo do Pará D. José de São João de Queiroz, falou da tribo dos
Tapajós como JÁ TENDO EXISTIDO. Rodrigues,1890(Tupaiulândia, 99"100).
O último registro histórico que o autor encontrou sobre o Povo Borari, remonta a narração do historiador inglês Henry Bates ao descrever o ataque dos Cabanos a Vila de Santarém em 1835. Baseado nos relatos de seu compatriota Hislop testemunha ocular do ataque e, relatado por Rodrigues,1890(Tupaiulândia,226"227). Bates informa que, após o ataque feito por Cabanos COM O TEMPO OS TAPAJÓS FORAM SE APAGANDO, DIMINUINDO, DESAPARECENDO DO CENÁRIO LOCAL. DENTRO DE ALGUNS ANOS, ERAM APENAS "NOTÍCIA" PARA OS NOVOS E, TRADIÇÃO PARA OS VELHOS. NÃO MAIS SE ENCONTRAVA UM SÓ TUPAIU VERDADEIRO PELOS ARREDORES DA FUTURA SANTARÉM.
juntamente com os índios Borari e, tendo sido rechaçados com muitas mortes, estes fugiram para Alter-do-Chão e, complementa; "Alter-do-Chão fora primitivamente povoação aborígena do Povo Borari. Os índios foram sempre hostis aos portugueses e, durante as desordens de 1835"38, uniram-se aos rebeldes no ataque a Santarém. Poucos escaparam às carnificinas e, por esse motivo, quase não se encontra um velho ou homem de meia idade no lugar".
Como observa-se através de registros históricos, não há qualquer correlação entre a Gleba Nova Olinda I e, o primitivo habitat dos Borari. Também, reveste-se de falsidade ideológica, o fato de Odair José intitular-se Cacique de uma etnia sabidamente extinta e, descender de pessoas originárias de outro estado e de outra região (ver descendência de Odair José no gráfico abaixo).
ORÍGEM GENEALÓGICA DE ODAIR JOSÉ SOUSA ALVES
Convém ressaltar que, a flagrante falsidade ideológica, levou o pretenso Cacique a assumir a Coordenação do Conselho Indígena Tapajós e Arapiuns (CITA) e, sob o exercício do cargo, induziu ao erro a OAB Pará, ao ter lhe concedido no ano de 2000, o título de Direitos Humanos da entidade, em face da suposta "luta" que este dizia realizar em defesa do Povo Borari. Conforme
fartos relatos de antigos habitantes da Gleba, concedidos por escrito ao autor, nem Odair, nem os membros que compõe as comunidades que, por indução, se auto declararam índias, detém descendência étnica dos primitivos habitantes que habitaram a região. (ver alguns dos principais colonizadores da Gleba Nova Olinda I).

BISAVÓS MORAVAM EM BELÉM - ORÍGEM: AVÓS: MORAVAM EM BELÉM - TIVERAM 2 (DOIS FILHOS) Filhos de Raimundo e Nazaré

BASÍLIO MATOS DOS SANTOS, ALBINO MATOS DOS SANTOS EDITE
TIVERAM CINCO FILHOS O 1º. FOI ODAIR JOSÉ SOUSA ALVES
Basílio ajudou a criar Odair após a morte de seu pai aos 25 anos.
Alguns dos Principais Colonizadores da Gleba Nova Olinda I
CASAL ou PESSOAS FILHOS BREVE HISTÓRICO
Mássimo e Maria Rosa Diogo 3ª família a chegar no rio Maró.
No lugar que escolheram para morar, deram o nome de Barreirinha. Depois foram morar no sítio Gavião hoje Comunidade Fé em Deus Fabiano Braga dos Santos e Claudina de Sousa Raimundo dos Santos
(viria a ser Avô de Odair)
Fabiano é Rio Grandense e, antes de vir para a região do Rio Maró morava em Belém.
Isabel Maria Sabina e Manoel Havelino
(viria a ser Avô de Odair)
A origem dos pais de Havelino não é conhecida, mas eles vieram do Tapajós e passaram a morar na terra Preta em frente o Gurupá no rio Arapiuns. Depois
deixaram Terra Preta e foram morar no Beju-Açú. Malaquias Guimarães e Maurícia da Silva Tiveram nove filhos Vieram de Mato Grosso – Cuiabá indo morar em Bejú-Açú. Felismino Pai de Malaquias foi
fundador da Cachoeira do Maró Juliano e Maria Inácia Luiza Ao chegar no Maró foram morar no Povoado Bejú-Açú Raimundo dos Santos e Nazaré Matos dos SantosAlbino Matos dos Santos (viria ser o Pai de Odair)
E Basílio Matos dos Santos Raimundo e Nazaré moravam em Belém do Pará. Vieram para Santarém indo morar no rio Arapiuns,e depois foram morar no Povoado Bejú-Açú. Diogo se casa com Luiza Graciano Martinho e Saturnina
Foram morar no sítio Gavião. Hoje Comunidade Fé em Deus. Chega Maria da Cruz irmã de Isabel Salustiana (Saluca) (Viria a ser Avó de Odair)Foi ser vizinha do seu Mássimo no sítio Gavião, depois foi morar no Beju-Açú.
Manoel Havelino casa escondido com sua sobrinha Salustiana Tiveram 8 (oito) Filhos, (5 homens e 3 mulheres)entre eles Edite (Mãe de Odair) Saíram de Bejú-Açú indo morar num lugar chamado Rosindo onde hoje fica a Resex.Tempos depois, alguns filhos de Havelino foram morar em Novo Lugar.
A Comunidade muito religiosa não aceitou o casamento de Havelino e Salustiana e foram saindo do Povoado Beju-Açú, indo morar em outro lugar que deram o nome de Cachoeira do Maró. Albino Matos dos Santos e Edite
Tiveram vários filhos, entre eles Odair José Sousa Alves Foram morar na Comunidade Antonica, hoje Novo Lugar. Tabela 2
REAS INDÍGENAS EM SANTAREM – UM PROJETO DO GREENPEACE: A população indígena do Brasil é pouco mais de 1% da população brasileira. Só que, este 1%, detém 13% do território nacional. Detalhe: 98,61% de todos os territórios indígenas encontramse na Amazônia e, algumas delas, criadas sob pressão internacional. Uma área que, em sua totalidade, é maior que as áreas de Portugal, Espanha, Bélgica e Alemanha. Some-se a isso, uma gigantesca rede de Unidades de Conservação e alcança-se o objetivo; Promover um vácuo populacional na região amazônica, para garantir a sua condição de "reserva estratégica", mantendo-a sub-povoada e sub-desenvolvida, além de utilizá-las como óbices às grandes obras de infra-estrutura na Amazônia, indispensáveis ao desenvolvimento regional e do país. O Greenpeace tem sido pródigo em denunciar o processo de colonização da área de influência da
BR-163. De uma forma geral, afirma que os projetos de colonização na Amazônia, apresentam sérios problemas quanto a veracidade jurídica dos títulos que atestam o direito de propriedade, dando margem à ação dos chamados grileiros e,ao surgimento de áreas de tensão. Ao intentar a criação de Área Indígena na Gleba Nova Olinda I, o Greenpeace faz uso da mesma prática de ilegalidade jurídica que tanto denuncia, com o agravante de ser um organismo internacional, ingerindo-se nas questões internas do País. 2 Comprova-se que, essa insidiosa tentativa, não reflete a iniciativa própria de um Povo em busca do resgate étnico e cultural ou a legítima busca de
proteção ao modo índio de viver. Trata-se, em verdade, de um processo de indução através de favores pessoais, promessas de apoio governamental e internacional, maior volume de terra aos que se auto-declararem índios e, alimentar conflitos e sentimentos de revolta por catástrofes ambientais não ocorridas. Essa mutação genética induzida, inicia-se com a propagação de teses de que estes ribeirinhos da Gleba Nova Olinda I, seriam os Ressurgidos, os Renascidos ou os Resistentes quanto ao processo de aculturamento, cristalizando-se a afirmativa do antropólogo Eduardo Viveiros de Castro: "No Brasil, Todo Mundo é Índio, Exceto Quem não é", donde se deduz que, "Todas as Terras São Indígenas, Exceto as que não são". A pretensão de promover a criação de áreas indígenas em Santarém, não limita-se à área da Gleba Nova Olinda I. No artigo, Todo dia é dia de índio: Terra Indígena e Sustentabilidade
da Antropóloga Bernadete Castro Oliveira, inserido no compêndio Amazônia Revelada(2005, pag,201), obra promovida pelo Greenpeace contra a Pavimentação da BR-163 (Pasmem: financiada pelo CNPq, DNIT e Ministério dos Transportes do Brasil), aponta as Terras Indígenas que serão impactadas pela rodovia. Reproduzo, abaixo, as Terras Indígenas que a autora diz situar-se no município de Santarém, com base em informações da FUNAI:

2 Ao que pese ter se nacionalizado, a quase totalidade de seus recursos tem origem externa.

A POPULAÇÃO INDÍGENA DO BRASIL É POUCO MAIS DE 1% DA POPULAÇÃO BRASILEIRA. SÓ QUE, ESTE 1% DETÉM 13% DO TERRITÓRIO NACIONAL E, 98,61% DE TODOS OS TERRITÓRIOS
INDÍGENAS ENCONTRAM-SE NA AMAZÔNIA, UMA ÁREA QUE EM SUA TOTALIDADE É MAIOR QUE AS ÁREAS DE PORTUGAL, ESPANHA, BÉLGICA E ALEMANHA. TERRAS INDÍGENAS Á SEREM CRIADAS NO MUNICÍPIO DE SANTARÉM
Ord
TERRAS INDÍGENAS ETNIAS EXISTENTES PROC. LICIT. NO Port DATA INÍCIO
01 Aningalzinho3 Munduruku 2003"04 777 10"07"2008
02 Baixo Tapajós Munduruku"Tupinambá"Cara Preta ? ? 04"02"2004
03 Borari"Alter do Chão 2 Borari 2003"04 776 04"07"2008
04 Cobra Grande 2 Arapiun 2003"04 774 04"07"2008
05 Marituba4 Munduruku - - -
06 Mirixipi Arapiun - - -
07 Maratuba do Pará Tupinamba"Cara Preta - - -
08 Nova Vista Arapiun - - -
09 Maró (Gleba N. Olinda) 2 Arapiun"Borari 2003"04 775 04"07"2008
10 São João Arapiun - - -
11 Baixo Tapajós"Arapiun5 Munduruku"Arapiun 2003"04 ? 02"06"2008
12 Brinco das Moças 5 ? ? ? 04"09"2003
Analisando a tabela das Terras Indígenas a serem criadas, verifica-se que, as etnias Borari e Arapium (do mesmo tronco étnico dos Tapajós ou Tupaius), são etnias consideradas extintas pelos historiadores e, portanto, só através do processo de mutação genética induzida como a que ocorre na Gleba Nova Olinda I, seria capaz de produzir, artificialmente, índios que justifique a criação de 2 (duas) terras indígenas para abrigar os Borari e, 6 (seis) terras indígenas para abrigar os descendentes da etnia Arapiun. Contudo, o cúmulo do absurdo, é a pretensão de criar Terras Indígenas para abrigar índios das etnias Munduruku, Cara Preta e Tupinambá pois, não há qualquer registro histórico que Santarém tenha sido habitada por índios dessas etnias. Observa-se ainda que, à Terra Indígena Brinco das Moças, com processo iniciado em 2003, sequer há menção de uma etnia. Estão esperando que as ONGs Ambientalistas"Indigenistas decidam qual etnia deva existir? Ao consultar o cadastro da FUNAI sobre terras Indígenas, verifica-se que em 08 de Setembro de 2003, iniciou-se o processo de criação da Terra Indígena Aminã no município de Itamarati no Estado do Pará, para abrigar índios da etnia
Tupaiu. Detalhe: A etnia Tupaiu, são os primitivos habitantes da região onde hoje situa-se o município de Santarém e, considerada extinta pelos historiadores e, o município onde pretendese criar a Terra Indígena Aminã, não existe no estado do Pará. Ou seja, deu a louca na fábrica de Terras Indígenas da FUNAI. Ao consultar os municípios brasileiros com o nome de

3 Processo de Identificação e delimitação iniciado através dos editais 2008"0031 e 2008"0041 publicados em 04"07"2008.
4 Abrange os municípios de Santarém e Belterra, já estando em fase de delimitação. 5 Não estão citadas no artigo da Antropóloga e sim, no cadastro de Terras Indígenas da Funai.

SÓ ATRAVÉS DO PROCESSO DE MUTAÇÃO GENÉTICA INDUZIDA COMO A QUE OCORRE NA GLEBA NOVA OLINDA I, SERIA CAPAZ DE PRODUZIR, ARTIFICIALMENTE, ÍNDIOS QUE JUSTIFIQUE A CRIAÇÃO DE 2 (DUAS) TERRAS INDÍGENAS PARA ETNIA BORARI E, 6 (SEIS) TERRAS INDÍGENAS PARA ETNIA ARAPIUN.
Itamarati, o mais próximo encontra-se no estado do Amazonas, acima de Manaus. Estima-se que, o município de Itamarati esteja há mais de 1.000 (mil) quilômetros de Santarém, sem qualquer possibilidade que, por lá, habitem ou possa ter habitado nossos antigos Tupaius. Pelas razões já citadas, julguei que, a pretensão do Greenpeace, seria impossível de ser oficialmente cogitada. Ocorre que, em 07 de Abril de 2008, o Programa Integrado de Proteção às Populações e Terras Indígenas da Amazônia Legal – PPTAL, utilizando-se de recursos externos do PPG7 através do PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Projeto 96"018) e, com base nos instrumentos legais, Decreto 5.151 de 22 de Julho de 2004 e, Portaria 433 de 23 de Outubro de 2004 do Ministério das Relações Exteriores, foi publicado os Editais de
Processo Seletivo no 2008"0031 e 2008"0041 para contratação de Técnicos Especializados para trabalhos de Identificação e Delimitação de Terras Indígenas ao longo do Baixo e Médio Tapajós (ver áreas à serem identificadas na Tabela 3) Terras Indígenas à Serem Identificadas e Delimitadas com base nos Editais 2008"0031 e 2008"0041
ORD Terras Indígenas Grupo Indígena
01 Borari"Alter do Chão Borari e outras etnias
02 Maró (Gleba Nova Olinda I) Arapiun"Borari"outras etnias
03 Aningalzinho Munduruku e outras etnias
04 Cobra Grande Arapiun"Tapajós"outras etnias
05 Escrivão6 Maytapu e outras etnias
Estas não são as únicas Terras Indígenas que o Greenpeace está empenhado em criar na área de
influência da BR-163. Consta como objetivo na obra já citada, criar as seguintes Terras Indígenas
(em continuação às já mencionadas para Santarém):
OUTRAS TERRAS INDÍGENAS A SEREM CRIADAS NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DA BR-163
Ord Terras Indígenas Grupo Indígena Município UF
13 Baixo Tapajós II Munduruku"Cara Preta"Maytapu Aveiro PÁ
14 Bragança Munduruku Belterra PÁ
15 Km 43 Munduruku Itaituba PÁ
16 Maia Arara Sem. José Porfírio PÁ
17 Pimental Munduruku Itaituba - Trairão PÁ
18 São Luiz do Tapajós Munduruku Itaituba PÁ
19 Taquara Munduruku Belterra PÁ
20 Trombetas Mapuera Karafawyana"Waiwai
Oriximiná"Nhamundá Urucará"Faro"Caroebe
São João da Baliza PÁ AM RR
21 Rio Arraias – BR 80 Kayabi Marcelândia MT
6 Essa Terra Indígena situa-se no município de Aveiro
Tabela 3 Como observa-se, são 21 Áreas Indígenas à serem criadas só na área de influência da BR-163. Algumas são gigantescas, ex: Terra Indígena Trombetas Mapuera. Esta área inicia no município de Oriximiná no estado do Pará, atravessa todo o estado do Amazonas e termina no estado de Roraima. Das Terras Indígenas a serem criadas, nada se sabe sobre suas dimensões nem sobre suas localizações geográficas, sendo possível que, alguma comece próximo de alguma obra importante ou terminar perto de outra mais importante. O objetivo: servirem de óbices as grandes obras de infra-estrutura programadas para a região. Quem é ouvido sobre a criação dessas áreas? Resposta: Ninguém. A delimitação é realizada pelos antropólogos e técnicos
ambientais da Funai ou contratados, com fortíssima ingerência das ONGs
Ambientalistas"Indigenistas. O Executivo e Legislativo dos Estados e dos Municípios onde essas áreas se inserem, sequer são oficialmente comunicados sobre os trabalhos de identificação e delimitação. Tal fato, foi criticado por alguns Ministros do Supremo Tribunal Federal quando do julgamento da demarcação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, dando a entender,
claramente, sobre a necessidade da sociedade ser ouvida sobre a criação de novas Terras Indígenas. Essa é a forma como as questões indígenas estão sendo conduzidas em nosso país. A palavra de ordem é criar cada vez mais e maiores áreas indígenas, ainda que, pelo processo de mutação genética induzida, onde populações tradicionais são convertidas em povos indígenas e, depois, abandonadas. O fato é que, não há uma real preocupação com a qualidade de vida de nossos índios. Estes estão sendo utilizados como massa de manobra na obtenção de objetivos externos. Ver informes nos quadros abaixo, retirados da obra publicada pelo Instituto Sociambiental – ISA,
Povos Indígenas no Brasil 2001"2005:
Aumento da mortalidade infantil. A taxa de mortalidade era de 134 por mil
nascidos vivos (pag, 137);
Dezenas de crianças morrendo de fome em várias áreas indígenas do país
(pag,802);
Record de suicídio em áreas indígenas. Em sete meses no estado de Mato Grosso, 37
se suicidaram e outros 58 tentaram o suicídio (pags. 819"820);
Completo abandono do sistema de saúde (pags, 134,136"137 e 269);
Completo caos do sistema educacional. Em 2005 havia 72 escolas para 621 áreas
indígenas, com uma baixa qualidade de ensino (pag, 147);
O Governo não libera recursos para implantação de projetos de sustentabilidade
territorial e econômica. Em 7 anos foram apresentados 262 projetos. 71 foram
aprovados e, quase nada foi implantado (pag, 193);
Muitas aldeias indígenas dependem de doação de cestas básicas para sobreviverem
Ex: Aldeia Caarapó - das 881 famílias, 681 recebem cesta básica (pag. 807).
ONGs manipulam lideranças indígenas em função de seus interesses, inclusive,
gerir os recursos que são destinados aos índios (pag, 140);
Admite que, a título de proteger a biodiversidade, as áreas indígenas na Amazônia
são usadas para impedir o processo de desenvolvimento da região (pag, 182);
A FUNAI é um orgão que não funciona. Em 38 anos teve 31 Presidentes. O autor
complementa: ALGUNS PERTENCIAM AS PRÓPRIAS ONGs.
Conclue-se que, as ações antropológicas caminham para a conservação do primitivismo e, intocabilidade dos recursos naturais das áreas indígenas, fazendo-os dormitar sobre imensas riquezas. Questiona-se: Porque as Organizações Ambientalistas"Indigenistas que tanto se dizem defensores dos índios(sic), não exercem idêntica pressão para que seus recursos naturais sejam racionalmente explorados em benefício de seus povos. Porque não exercem idêntico esforço para que o Governo brasileiro explore os recursos minerais que estão em seus subsolos, repassando-lhes os devidos royalty, dando-lhes condições de ter saneamento, uma boa saúde, escolas de qualidade, recursos tecnológicos para produção agrícola e, de forma sustentável, explorem seus recursos madeireiros e não madeireiros. Com os recursos auferidos implantem universidade indígena, laboratórios de pesquisa e, aliem seus conhecimentos milenares à pesquisa científica da biota Amazônica e, patenteiem novos produtos sejam fármacos ou não. Se
isso ocorresse, de fato, seria a redenção indígena e, as ONGs Ambientalistas"Indigenistas dariam prova que, efetivamente, interessam-se pela qualidade de vida de nossos índios e, não essa canalhice que estão fazendo, convertendo populações ribeirinhas em áreas indígenas a fim de
usá-los para impedir obras de infra-estrutura vitais para Amazônia e ao país, transformando-os em meros guardiões não assalariados da natureza e, condenando-os à permanente pobreza e a manutenção do primitivismo. É chegada a hora do Executivo e, o Congresso Nacional, porem um fim a esses criminosos propósitos.

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