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domingo, 4 de abril de 2010

Projeto Amigo do Verde em Alter do Chão no aniversário da vila em seus 252 anos planta mais de 150 mudas de espécies nativas


No ultimo dia 06 de março, avila d e Alter do Chão comemorou mais um ano de sua fundação, e para marcar seus 252 anos, o Projeto Amigo do Verde plantou em parceria com o Isntituto Elo, Conselho Comuitário de Alter do Chão, Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Santarém - SEMMA, e os jovens de Alter do Chão, mais de 150 mudas de espécies da flora nativa nas ruas da vila, em cada plantiu a equipe tambem distribuia um adesivo para aqueles comunitários que se sentissem tambem chamados a cuidar do verde, o que foi uma unanimidade entre todos.
entre as espécies plantadas, destacam-se o Pau-Brasil, o Ipê-amarelo, o Cedro, a Andiroba e o Jatobá.

sábado, 20 de março de 2010

Usando a internet, índios combatem desmatamento na Amazônia

Iniciativa pioneira usa a rede para promover valorização cultural e denunciar derrubada ilegal.

Para os índios Suruí, que vivem na reserva indígena Sete de Setembro, na divisa entre os Estados de Rondônia e Acre, levar uma vida tradicional na floresta não é incongruente com as modernas tecnologias - ao contrário, uma fortalece a outra.

"Eu acho que nossa aliança com a internet é muito importante porque facilita e possibilita que a comunicação fortaleça politicamente nosso povo", diz o líder indígena Almir Surui, de 35 anos.

"O meu povo pode falar da ameaça da floresta, do desenvolvimento da floresta, da valorização cultural do povo Suruí."

Por iniciativa de Almir, a relação que os Suruí têm desenvolvido com a internet, esta "ferramenta dos brancos", é uma inovadora tentativa de fazer com que o contato reforce - ao invés de corromper - a cultura e o modo de vida nativos.

A ideia de usar a internet para valorizar sua cultura e combater o desmatamento nasceu em 2007, quando Almir teve seu primeiro contato com o Google Earth e fez o que todo mundo faz: procurou ver sua casa do satélite.

A vista aérea da reserva Sete de Setembro, um polígono verde de 248 mil hectares no centro de um entorno quase totalmente desmatado, representado em cor marrom, deixou o líder chocado.

Mas, ao mesmo tempo, ele percebeu que a mesma internet que expunha os problemas também poderia representar uma solução.

"Eu disse ao Vasco (van Roosmalen, da ONG Equipe de Conservação da Amazônia, ACT-Brasil, parceira dos indígenas em diversos projetos) que queria um encontro com o Google, e ele achava que era impossível", conta.

"Insisti e consegui uma reunião de 30 minutos. Passamos três horas, de tão interessados que eles ficaram."

Menina dos olhos

Hoje, a parceria do Google Outreach - o braço social do Google - com os Suruí é uma espécie de menina dos olhos da companhia.

Ao saber desta reportagem da BBC Brasil, a diretora mundial do projeto, Rebecca Moore, fez questão de colaborar, por meio de uma videoconferência da sede da empresa em San Francisco.

"Pelo chefe Almir, tudo", brincou Rebecca, antes do início da entrevista. Ela diz que se convenceu pela descrição "categórica e potente" que Almir fez da realidade amazônica.

"Ouvimos histórias sobre as ameaças representadas por madeireiras ilegais e mineradoras, sobre pessoas assassinadas, sobre o fato de existir inclusive uma recompensa pela cabeça do próprio Almir, por liderar seu povo e resistir às madeireiras", contou.

"Ficou claro que ele tem uma ideia muito sofisticada de como a tecnologia moderna pode ajudar os povos tradicionais a se fortalecer, fortalecer sua cultura, proteger e preservar suas terras, e preencher uma lacuna entre modos tradicionais e modernos."

Suruí on-line

O primeiro passo da parceria entre a gigante de internet e a associação indígena Metareilá, firmado em 2008, foi a disponibilização do chamado "mapa cultural" dos Suruí, que antes só existia em papel, no Google Earth.

Feito a partir de uma metodologia que a ACT-Brasil cedeu aos indígenas, o mapa mostra, por exemplo, os locais onde se desenrolaram batalhas históricas dos Suruí contra outras tribos ou contra as expedições não indígenas.

Em outro clique, o usuário fica sabendo que, para os Suruí, o canto do tucano pressagia as más notícias, e que as penas do animal são utilizadas por guerreiros durante a celebração do Mapimaim, em homenagem à criação do mundo.

Como parte da parceria, a empresa providenciou treinamento de informática para cerca de 20 indígenas na sede da associação Metareilá, em Cacoal, onde fica a reserva.

O gerente de produtos da empresa, Marcelo Quintella, um dos que providenciaram o treinamento na ocasião, diz que se surpreendeu com o nível de familiaridade de muitos jovens indígenas com as novas tecnologias.

"Metade nunca tinha mexido em um mouse. Mas, dos outros dez, uns cinco sabiam usar o computador - não eram usuários diários de internet, mas sabiam - e outros cinco tinham até e-mail e (perfil no) Orkut", contou.

Combate ao desmatamento

Agora, os Suruí querem embarcar no mais ambicioso objetivo da "parceria", como diz Almir, com a internet: o combate ao desmatamento da reserva Sete de Setembro, em tempo real.

Eles aguardam a chegada dos primeiros aparelhos smartphones equipados com o sistema operacional Android, da Google, que lhes permitirá tirar fotografar imagens do desmatamento em tempo real, postar na internet e enviar para o mundo e as autoridades competentes.

"Não é somente eles dizendo que existe (o desmatamento), é todo mundo vendo que existe. O poder de convencimento muda", avalia Quintella.

A aldeia de Lapetanha, a mais próxima de Cacoal, a 500 km de Porto Velho, ainda não tem internet.

Mas os dois computadores na pequena sala que funciona como ponto de cultura servem para que os jovens indígenas que estudam na escola da aldeia comecem desde cedo a se interessar pela tecnologia e pelas possibilidades de acesso à informação que ela abre.

"Essas são realmente nossas ferramentas de diálogo para construir um mundo melhor"

Almir diz que os planos são ter a rede por meio de uma antena a ser instalada até o fim do ano. Isto pouparia o trabalho de ir até Cacoal para acessar a internet e facilitaria a comunicação com outras partes do mundo - essa que ele diz "fortalecer politicamente" os Suruí.

A "frase da vez" em Lapetanha é que os Suruí estão "trocando o arco-e-flecha pelo laptop" para combater o desmatamento.

Mas Almir, chefe do clã Gamebey, responsável por tratar dos assuntos ligados à guerra, à diplomacia e ao meio ambiente entre os Suruí, diz que as novas "armas" não invalidam as antigas.

"Nossos arcos e flechas estão guardados em casa, cada um tem seu arco e flecha guardado em casa. Mas, ao mesmo tempo, a gente está usando notebooks", ele diz, e para, tirando um pequeno telefone do bolso: "iPhone..."

"Hoje, essas são realmente nossas ferramentas de diálogo para construir um mundo melhor."

O que há com os pescadores da nossa Amazônia

Criadores paulistas produzem peixe para o mercado amazônico

Espécie nativa da Amazônia é reproduzida em Mococa (SP).
Alevinos viajam para Manaus de avião.

Criadores de peixe de Mococa, em São Paulo, estão vendendo alevinos para abastecer mercados da região amazônica. O matrinxã, espécie mais comercializada, é nativo da região.

A espécie é nativa da bacia do Rio Amazonas, mas agora está também em águas paulistas. Há 15 anos, o matrinxã é criado em tanques em Mococa. Mais de dois milhões são produzidos por ano na empresa de piscicultura. A espécie pode alcançar 50 centímetros de cumprimento e dois quilos de peso. “É um peixe resistente e bom de carne. Isso trouxe interesse para a atividade”, falou o criador Martinho Colpani.

Criador

A tecnologia que permite a reprodução em grandes quantidades faz com que sobrem peixes pela região. Mas eles estão em falta em Estados como Tocantins, Goiás, Mato Grosso, Rondônia e o Amazonas.

Há três anos é assim. Desta vez, quarenta mil alevinos serão levados para Manaus. Eles precisam ter entre três e cinco centímetros. O trabalho começa com a coleta dos peixes. Do tanque seguem para a quarentena, onde ficam sem alimentação por 24 horas.

Depois de contados, são colocados em sacos plásticos com água e gelo. A mortandade é de apenas 1%. “A gente controla a temperatura da água na embalagem. Vai acondicionado dentro de caixas e papelão. O caminhão que transporta o peixe também é climatizado”, explicou o criador Thiago Colpani.

De Mococa a São Paulo são quatro horas de estrada. Depois disso, os peixes enfrentam mais quatro horas de voo em um avião cargueiro até chegar a Manaus. A jornada por estradas e aeroportos dura mais de dez horas. Já em terras amazonenses o carregamento de matrinxãs é recebido pelo criador Getúlio Miranda, que vai engordar os alevinos.

“Hoje, nós trazendo por esse valor chega mais barato do que o preço local”, calculou Miranda. Os peixes ficam prontos para o consumo em dez meses.

Suposto traficante atira animais do 2º andar para escapar de fiscalização.

Pelo menos quatro aves morreram por causa da queda, diz Ibama.
Agentes encontraram 82 bichos na casa do acusado, em Belém.
Agentes ambientais apreenderam 82 animais silvestres em poder de um suposto traficante numa casa em Belém. Segundo o Ibama, os fiscais enfrentaram resistência de familiares do suspeito, que tentaram impedir o acesso dos funcionários à residência enquanto ele tentava se desfazer dos animais para descaracterizar o crime ambiental. A ação aconteceu na tarde desta quinta-feira (19).

Pelo menos quatro aves morreram após serem atiradas do segundo andar da casa do suspeito, pois não tinham condições de voar, explica o chefe de fiscalização do Ibama no Pará, Alex Lacerda. Outras conseguiram levantar voo e fugir.

Entre os bichos encontrados na residência havia 12 periquitos, 4 jabutis e 1 tucano. O restante estava dividido em diferentes quantidades de curiós, bicudos, sabiás e azulões. Eles foram levados a um zoológico.

É a terceira vez que o suspeito, que foi preso pelos maus-tratos, é autuado pelo Ibama por tráfico de animais silvestres.

O crime ambiental foi informado às autoridades por meio de denúncia anônima. O infrator recebeu mais de R$ 500 mil em multas e tem 20 dias para apresentar defesa.

Dennis Barbosa do Globo Amazônia, em São Paulo

sexta-feira, 19 de março de 2010

Planet Earth

Do homem que calou a boca dos americanos

ESSA CALOU OS AMERICANOS.!!!
SHOW DO MINISTRO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO NOS ESTADOS UNIDOS

Essa merece ser lida, afinal não é todo dia que um brasileiro dá um esculacho educadíssimo nos americanos!

Durante debate em uma universidade, nos Estados Unidos,o ex-governador do DF, ex-ministro da educação e atual senador CRISTÓVAM BUARQUE, foi questionado
sobre o que pensava da internacionalização da Amazônia.

O jovem americano introduziu sua pergunta dizendo que esperava a resposta de um Humanista e não de um brasileiro.

Esta foi a resposta do Sr.Cristóvam Buarque:

"De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazônia. Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse patrimônio, ele é nosso.

"Como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a Amazônia, posso imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem importância para a humanidade.

"Se a Amazônia, sob uma ética humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro.O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazônia
para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou
diminuir a extração de petróleo e subir ou não o seu preço."

"Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser
internacionalizado. Se a Amazônia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono, ou de um país.
Queimar a Amazônia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação.

"Antes mesmo da Amazônia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França.
Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo gênio humano. Não se pode deixar esse patrimônio cultural, como o patrimônio natural Amazônico, seja manipulado e instruído pelo gosto de um proprietário
ou de um país. Não faz muito, um milionário japonês,decidiu enterrar com ele, um quadro de
um grande mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ter sido internacionalizado.

"Durante este encontro, as Nações Unidas estão realizando o Fórum do Milênio, mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA. Por isso, eu acho que Nova York,
como sede das Nações Unidas, deve ser internacionalizada. Pelo menos Manhattan deveria pertencer a toda a humanidade. Assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza específica, sua historia do mundo, deveria pertencer ao mundo inteiro.

"Se os EUA querem internacionalizar a Amazônia, pelo risco de deixá-la nas
mãos de brasileiros, internacionalizemos todos os arsenais nucleares dos EUA. Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas, provocando uma destruição milhares de vezes maiores do que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil.

"Defendo a idéia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da dívida. Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do Mundo tenha possibilidade de COMER e de ir à escola.
Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando o país onde nasceram, como patrimônio que merece cuidados do mundo inteiro.

"Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo.
Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazônia
seja nossa. Só nossa!


DIZEM QUE ESTA MATÉRI A NÃO FOI PUBLICADA, POR RAZÕES ÓBVIAS. AJUDE A
DIVULGÁ-LA, SE POSSÍVEL FAÇA TRADUÇÃO PARA OUTRAS LÍNGUAS QUE DOMINAR.

Revista Action Bio


em breve será lançada a revista impressa Action Bio, uma nova versão da forma on line que vc conhece...
aguardem.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Projeto vai digitalizar obras raras do século 19 sobre a Amazônia

Centro de referência em pesquisa sobre a Amazônia, o Museu Paraense Emílio Goeldi, baseado em Belém, no Pará, foi escolhido como uma das sete instituições que terão parte de seu acervo raro digitalizado e publicado na internet. O nome do projeto é tão extenso quanto sua ambição - o Digitalização e Publicação Online de Coleção de Obras Raras Essenciais em Biodiversidade das Bibliotecas Brasileiras pretende disponibilizar ao público cerca de 2 mil livros, mapas e documentos de valor histórico para a comunidade científica até o fim de 2013.

Na prática, internautas poderão ver as páginas de publicações centenárias sobre a Amazônia, algumas das quais guardadas a sete chaves no Museu Goeldi. Hoje, são livros restritos que só podem ser analisados por pesquisadores. Alguns dos mais importantes documentos são os boletins lançados periodicamente pelo museu sobre os trabalhos científicos em andamento, desde o século 19.

Quando a primeiríssima edição deste boletim foi lançada, em 1894, as regras de ortografia eram bem diferentes das atuais. Tanto que o título do "Boletim do Museu Paraense de História Natural e Ethnographia, Ano I Tomo I" trocava a letra "f" pelo "ph". Hoje, a publicação tem outro nome: "Boletim de Ciências Naturais do Museu Paraense Emílio Goeldi".

"O sistema de impressão naquela época também não era como o de hoje e Emílio Goeldi (Emílio Augusto Goeldi, 1859-1917, zoólogo suíço que trabalhou no museu e depois deu nome a ele) chegou a levar algumas obras para serem impressas na Europa", diz Aldeídes de Oliveira Camarinha, coordenadora de informação e documentação do museu.

Livros de autoria do próprio Goeldi, como o "As Aves do Brasil", de 1894 a 1900, também serão digitalizados. Outros livros selecionados para o projeto são o "Arboretum Amazonicum" e o "Álbum de Aves Amazônicas", todos publicados entre 1900 e 1906.

Democratização

"São obras valiosíssimas, com impressão gráfica rara", explica Maria Astrogilda Ribeiro, coordenadora do projeto dentro do museu e funcionária do Ministério da Ciência e Tecnologia. "Vamos democratizar o uso dessas obras, no Brasil, por meio da Biblioteca Virtual de Biodiversidade, que está sendo criada dentro do Ministério do Meio Ambiente."

Segundo Aldeídes, o museu já tem cerca de 22 mil documentos indexados para consulta digital em base, e ainda não existe estimativa sobre sua publicação online. As primeiras obras do Goeldi contempladas pelo novo projeto deverão estar na rede já em 2011. "O detalhe é que o Goeldi foi a única instituição fora do eixo Centro-Sul a ser inserida no projeto", lembra ela.

Unidas ao acervo contemplado pelo projeto, as obras do Goeldi integrarão a Scientific Electronic Library Online (SciELO), parte da Biodiversity Heritage Library, um consórcio internacional de instituições de pesquisa que pretende digitalizar todas as obras relacionadas à biodiversidade no mundo, principalmente as mais antigas.

Um dia ele vai chegar na nossa casa!!!


Quase um terço da amazônia ja virou cinzas, agora os líderes mundiais pensam em Internacionalizar a Amazônia. pense nisso e diga o que você acha.

A Amazônia ontem e hoje


Há poucos anos, a Amazônia, a maior floresta tropical do planeta, era chamada, podendo até ser inapropriadamente, de “Pulmão do Mundo”.

A ida de habitantes de outras regiões do país para a Amazônia, com o objetivo de criar gado e da agricultura foi o início da devastação da Floresta Amazônica. A partir daí, as queimadas e o desmatamento estão alterando o regime de chuva na região, podendo alterar o clima de todo o país e até mesmo do planeta.

Hoje, metade da Amazônia já sofre os efeitos da ação humana. Desmatamento, estradas ilegais para a extração de madeira e de ouro, ocupação desordenada e incêndios são as principais causas da degradação da floresta.

Segundo o Imazon – Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia, 14% da floresta amazônica veio abaixo nos últimos 30 anos. É um estado de Alagoas inteiro devastado por ano.

É impossível manter a Amazônia intocável, mas devemos combater o desmatamento de forma mais severa, senão os prejuízos para o futuro serão incalculáveis. Para atingir este objetivo é necessário que o Governo Federal estabeleça metas de redução do desmatamento como forma de diminuir as emissões de dióxido de carbono, afirma Luiz Pinguelli Rosa, físico e professor da COPPE/UFRJ.

As resistências, porém, deverão ser fortes, pois legais ou ilegais as toras que saem da floresta estão empurrando as engrenagens de uma indústria cada vez mais próspera. A madeira e os produtos obtidos a partir dela já figuram em segundo lugar na lista de produtos exportados pelo Pará. Perde apenas para os fabulosos negócios com minérios.

Os efeitos são visíveis também na balança comercial do país. As exportações de madeira sólida e dos produtos dela originários somaram US$ 3,8 bilhões em 2004 – uma variação de 44,4% em relação aos 2,6 bilhões em 2003. Isso se deve em grande parte à Amazônia, de onde provém 80% da madeira nativa extraída no país, excluindo lenha e carvão.

Estima-se que nos nove estados amazônicos a atividade madeireira movimenta quase 2.600 empresas e emprega 350 mil pessoas. As serrarias constituem um dos negócios mais rentáveis da região, com uma taxa de retorno em torno de 60% - quase quatro vezes maior do que a da pecuária, segundo dados da Imazon.

A estiagem que assolou a região amazônica neste ano, foi a maior destes últimos anos. Foi tão inusitada, que mereceu grande atenção da mídia nacional e internacional, mas para o Secretário de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente de Tocantins, Gabriel Guerreiro, esta seca é um fenômeno natural da região, o que significa que não passa de invencionice querer culpar o desmatamento por fenômenos naturais.

Será? (Ambientebrasil Online)



por do sol na amazonia equatorial



Mais uma do BIOJason


Sapinho venenoso, Dendrobates castaneoticus, pertence a família Dendrobatidae, se reproduz no ouriço da Castanha-do-Brasil. Apresenta ampla distribuição geográfica, ocorrendo em toda a região amazônica quando presente a castanheira.
(Foto: Telêmaco Jason M. Pinto/Floresta Nacional do Trairão, Sudoeste do Pará, 2009).

quinta-feira, 4 de março de 2010

Desmatamento de Florestas

O desrespeito e a depredação da natureza provocam consequências desastrosas.
A destruição de florestas e o aquecimento global propiciam a propagação de doenças transmitidas por mosquitos, como a dengue e a malária.
Ao invadir florestas o homem entrou em contato com vírus que não conhecia, como o HIV da aids, que espalhou-se pelo mundo a partir da caça de chimpanzés na selva africana.

Na Europa, EUA e em várias partes do mundo, florestas foram devastadas em nome do próprio progresso, para dar lugar a plantações, pastos, cidades, indústrias, usinas, estradas, etc.

Campeão absoluto de biodiversidade terrestre, o Brasil reúne quase 12% de toda a vida natural do planeta. Concentra 55 mil espécies de plantas superiores (22% de todas as que existem no mundo), muitas delas endêmicas (só existem no país e em nenhum outro lugar); 524 espécies de mamíferos; mais de 3 mil espécies de peixes de água doce; entre 10 e 15 milhões de insetos (a grande maioria ainda por ser descrita); e mais de 70 espécies de psitacídeos: araras, papagaios e periquitos. (Conservation International)

Quatro dos biomas mais ricos do planeta estão no Brasil: Mata Atlântica, Cerrado, Amazônia e Pantanal. Infelizmente, correm sérios riscos. A Mata Atlântica se desenvolve ao longo da costa brasileira, do Rio Grande do Sul ao Rio Grande do Norte. Ela guarda cerca de 7% de sua extensão original e o Cerrado possui apenas 20% de sua área ainda intocados. Estas duas áreas são consideradas hotspots, isto é, áreas prioritárias para conservação, de rica biodiversidade e ameaçada no mais alto grau. A implantação de corredores de biodiversidade é a principal estratégia empregada pela ONG CI-Brasil para direcionar as ações de conservação nos Hotspots e nas Grandes Regiões Naturais.
Nascentes de águas que abastecem vários estados brasileiros estão na Na Mata Atlântica.
O Cerrado abriga a mais rica savana do mundo, com grande biodiversidade, e recursos hídricos valiosos para o Brasil. Nas suas chapadas estão as nascentes dos principais rios das bacias Amazônica, do Prata e do São Francisco.

O Brasil abriga os biomas (comunidades biológicas) Amazônia, Caatinga, Cerrado, Pantanal, Mata Atlântica, Pampa (Campos Sulinos) e Costeiros, 49 ecorregiões, já classificadas, e incalculáveis ecossistemas.
Consulte
http://www.ibama.gov.br/ecossistemas/home.htm .

No mundo inteiro, cerca de 13 milhões de hectares de florestas são perdidos todos os anos, principalmente na América do Sul e África. O Brasil foi o país onde mais se devastaram florestas entre 2000 e 2005. (FAO)

A Amazônia :
- É a maior floresta tropical do planeta.
- Estende-se por uma área de 6,4 milhões de quilômetros quadrados na América do Sul.
- 63% no Brasil e o restante estão distribuídos no Peru, Colômbia, Bolívia, Venezuela, Guiana, Suriname, Equador e Guiana Francesa.
- Abrange os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e grande parte do Maranhão. - A Amazônia Legal correspondente a cerca de 61% do território brasileiro (5.217.423 km2).
- Tem 20 milhões de habitantes (IBGE, 2000) e baixa densidade demográfica.
- Guarda cerca de um quinto das reservas de água doce do mundo.O Rio Amazonas é o maior do mundo em volume de água.
- Megabiodiversidade : é rica em espécies vegetais e animais.
- A floresta absorve carbono diminuindo as consequências das mudanças climáticas globais.
- Enorme potencial de plantas a serem descobertas para uso farmacêutico, cosmético, químico, alimentar, etc.

Ameaças : grilagem (posse ilegal de terras mediante documentos falsos), desmatamentos, queimadas, madeireiras predatórias, expansão da fronteira pecuária e agrícola (soja principalmente no Mato Grosso), fiscalização insuficiente, impunidade, caça e pesca sem controle, contrabando de animais. A floresta é vulnerável aos efeitos do aquecimento global.















Quem não tem cão, caça com gato.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Jornal inglês elege praia de rio no Pará como a melhor do Brasil

O jornal inglês The Guardian publicou nesta quarta-feira (15) uma lista com as 10 melhores praias no Brasil, escolhidas por 10 especialistas. Em primeiro lugar aparece a praia Alter do Chão, próximo de Santarém, no Pará, que desbancou paraísos incontestes como Fernando de Noronha e Jericoacoara e praias tradicionais do Rio de Janeiro e da Bahia. A praia vencedora, que fica à beira do rio Tapajós, foi escolhida por Tom Phillips, correspondente do Guardian no Brasil.

A reportagem do Guardian reconhece a dificuldade de escolher a melhor praia do Brasil - que tem 8 mil quilômetros de costa e milhares de praias voltadas ao Atlântico - mas não se furta de atribuir a Alter do Chão o título de melhor praia, classificando-a como a "resposta da selva ao Caribe". Próximo de Santarém, o lugar só se transforma em praia de agosto a janeiro, época de vazante do Tapajós. Quando o volume de água do rio baixa, ficam expostas centenas de faixas de areia.

O jornal sabe que o assunto é delicado para os brasileiros, que podem "passar horas falando sobre suas praias favoritas". Confira a lista completa do Guardian e dê sua opinião sobre a eleição inglesa:

1 - Alter do Chão, Pará

Praia de rio no Tapajós apelidada pelos nativos de "Caribe brasileiro". Fica em uma vila a 32 quilômetros de Santarém, no Pará.

2 - Fernando de Noronha, Pernambuco

Parque Nacional formado por um arquipélago de 21 ilhas e ilhotas mundialmente famoso pelas belezas naturais.

3 - Praia do Toque, Alagoas

Com mar esverdeado e recifes de corais, fica em São Miguel dos Milagres, a 100 quilômetros de Maceió, Alagoas.

4 - Taipus de Fora, Bahia

Fica na península do Maraú, que já foi eleita o lugar de ecoturismo mais bonito do Brasil.

5 - Caraíva, Bahia

Ao lado de uma aldeia indígena, o acesso à vila em que fica a praia só é possível por meio de canoa.

6 - Arpoador, Rio de Janeiro

Conhecida praia carioca, entre o forte de Copacabana e o início da praia de Ipanema.

7 - Lopes Mendes, Rio de Janeiro

A praia oceânica é a mais conhecida de Ilha Grande, próxima a Angra dos Reis.

8 - Praia da Fazenda, São Paulo

Fica dentro de uma reserva florestal, em Ubatuba, no litoral norte do estado, a 250 quilômetros da cidade de São Paulo.

9 - Bonete, São Paulo

Praia de Ilhabela, a 135 quilômetros da capital paulista, que abriga uma vila de moradores descendentes de europeus.

10 - Lagoinha do Leste, Santa Catarina
Acessada apenas por trilhas e barco, além do mar, a outra atração dessa praia de Florianópolis é lagoa de águas mornas.

FESTA DO SAIRÉ

A festa do Sairé, a mais antiga manifestação da cultura popular da Amazônia é realizada na segunda semana de setembro. São quase 300 anos de tradição. É uma celebração religiosa mesclada com lendas indígenas, fincadas no mito amazônico do boto encantado.

A festa era inicialmente um baile indígena, dançado em roda. Durante a
catequese os jesuítas incorporaram elementos do catolicismo e, com o tempo, foram sendo agregados outros aspectos da cultura popular, como o carimbó e as vestimentas.

O Sairé atual dura cinco dias, de quinta a segunda-feira, tendo como ponto
inicial uma procissão e o carregamento de dois mastros, um levado por homens e o outro, por mulheres. Nos cinco dias ocorrem as celebrações religiosas, com procissões e ladainhas, e os eventos profanos, com destaque para os shows musicais e apresentações folclóricas

CARIBE DA AMAZÔNIA TEM PRAIA, LAGO E FLORESTA

Alter do Chão também tem como atrativo a maior manifestação folclórica da Amazônia, a festa do Sairé.
O jornal diário britânico The Guardian elegeu em abril de 2009 as 10 praias mais lindas do Brasil, o jornal não teve dúvidas: colocou no topo da lista a paraense Alter do Chão, balneário situado a apenas 34 quilômetros de Santarém, da qual é um distrito.

O balneário é um dos maiores pólos turísticos da Amazônia e, no entanto,
ainda é pouco visitado pelos brasileiros de outras regiões. O acesso é por
barco, de duas a três horas pelo Rio Tapajós, ou por uma rodovia em boas
condições, num trajeto de meia hora de carro desde Santarém. Para quem vem em embarcações turísticas de Manaus no sentido de Belém, ou vice-versa, a parada em Alter do Chão é um dos principais atrativos do passeio.


As praias ficam submersas no inverno amazônico, como é chamado o período das cheias, que vai de janeiro a junho. A partir de agosto começam a despontar nas águas azul-esverdeadas do Tapajós centenas de praias de areias branquíssimas. E surge em Alter do Chão uma península de areia clara como a neve, com árvores e os quiosques do verão. O forte contraste com o verde escuro da densa vegetação ao redor é um prazer a mais para quem se refresca nas águas cristalinas ou aproveita para descansar tomando água de coco ou sucos típicos paraenses numa das barraquinhas, saboreando tira-gostos regionais, como o bolinho de piracuí.

Bem em frente à Alter do Chão, o represamento natural das águas do Tapajós forma o Lago Verde dos Muiraquitãs, de água quente, contornado por faixas de areia branca e fina. Ao longo do dia a cor da água oscila entre o verde e o azul. São essas tonalidades e a brancura da areia que fazem lembrar a paisagem do Caribe, com a vantagem de que em Alter do Chão a grandiosidade da floresta está ali do lado.

CULINÁRIA COM SABOR INDÍGENA É RICA EM PEIXES E FRUTOS

Dá para experimentar desde tucunaré preparado de vários modos a pratos
típicos como tacacá e maniçoba. Na sobremesa, doce de cupuaçu ou sorvete de murici.

Numa rápida caminhada desde o cais de Santarém chega-se ao mercado, na
Avenida Tapajós, passeio essencial para se começar a perceber as
peculiaridades do oeste do Pará. A peixaria impressiona pela diversidade e o tamanho dos pescados, incluindo o pirarucu, um dos maiores peixes de água doce do mundo (pode medir até 3 metros). Outras curiosidades para quem vem de outras regiões são as frutas da região e os ingredientes locais da comida paraense, como o tucupi (um caldo amarelo extraído da raiz da mandioca (no Pará, chamada de macaxeira), com o qual se prepara o tradicional pato no tucupi, uma das referências da culinária paraense.

A culinária, com forte influência indígena, é parte primordial do roteiro em
Santarém. Além do pato no tucupi, os pratos regionais mais conhecidos são a maniçoba, o tacacá e o vatapá. O tacacá é um caldo grosso de origem
indígena, servido muito quente em uma cuia. É preparado com tucupi, pimenta de cheiro, goma de mandioca, camarões e jambu, hortaliça conhecida também como agrião-do-Pará. A maniçoba, chamada de feijoada paraense, é feita com folhas de mandioca moídas e cozidas, carnes de porco e bovina, entre outros ingredientes.

O vatapá paraense difere do baiano. Não leva, por exemplo, azeite de dendê e amendoim. Um petisco muito saboroso é o bolinho de piracuí (com batata e farinha de peixe seco socada no pilão). Há também uma grande variedade de receitas de peixes com ingredientes típicos da Amazônia — como o açaí com peixe frito — e muitos sucos e sobremesas feitos com frutos do Norte. O doce de cupuaçu, sorvete de murici e suco de graviola são algumas das especialidades deliciosas.

No passeio pela cidade vale a pena visitar a Igreja da Nossa Senhora da
Conceição, na praça da Matriz (onde há várias lojas que vendem redes de todo o tipo), o Centro Cultural João Fona, o Museu de Arte Sacra e o Museu Dica Frazão, que expõe vestuário criado pela artesã Dica Frazão, feito de fibras naturais, palha de buriti, sementes, raízes e outras matérias-primas da Amazônia. A cidade tem ainda casarões antigos, no estilo colonial português.

FLORESTA E BOTOS

O verão amazônico é o período entre agosto e janeiro, quando as águas baixam e praias de areia branquíssima emergem por toda a extensão das margens dos grandes rios, em meio a uma vegetação exuberante. Um passeio de barco pela orla de Santarém revela o Encontro das Águas e praias lindíssimas, como Carapanari, Aratâs e Ponta de Pedras – esta, com belas formações rochosas. A praia Ponta do Cururu é o local onde os botos rosa e tucuxi (cinza) costumam aparecer, especialmente no entardecer. Mas é preciso ter sorte, já que nem sempre eles são avistados. O panorama é esplêndido da Serra da Piroca. A caminhada pela mata até o topo leva uns 30 minutos, mas vale a pena o esforço. O melhor é ir no fim da tarde para ver o pôr-do-sol, aproveitando ainda a temperatura mais amena.

De janeiro a junho, o Tapajós, seus afluentes e igarapés estão cheios e as
praias ficam submersas, mas esse período é o ideal para contemplar a
exuberância da fauna e da flora. Nos lagos às margens do Rio Amazonas, a
leste da cidade, durante as cheias pode se observar a vitórias régias e uma
grande quantidade de pássaros.

A Floresta Nacional do Tapajós, localizada ao sul de Santarém, é passeio
para todo um dia. Pode-se ir de barco ou de carro por uma estrada em boas
condições, mas para entrar antes é preciso obter autorização do parque. No
caminho por terra, que dura umas 2 horas, uma curiosidade histórica: a
cidade de Belterra, construída pelo magnata americano Henry Ford no início do século passado para ser um dos núcleos de um fracassado projeto de plantação de seringueiras na região, da qual também fazia parte Fordlândia, situada mais ao sul, na Floresta. As ruas de Belterra são planejadas e as casas, de madeira, seguem o modelo rural dos Estados Unidos, com varandas, jardins, hidrantes.

Na floresta é possível hospedar-se na comunidade de Jamaraquá, de origem
indígena, e fazer passeios a pé ou de canoa pela mata, que reserva surpresas
como a Samaumeira, árvore que alcança 60 metros de altura. Guias locais
conduzem o visitante em uma caminhada de 4 horas pela floresta, durante a
qual se veem árvores centenárias e animais silvestres.

ALDEIA INDÍGENA

Segunda maior cidade do Pará, Santarém fica a 807 quilômetros de distância, em linha reta, de Belém (1.369 quilômetros por via fluvial), no oeste do Estado. De barco se leva em média 36 horas desde Manaus e três dias da capital, Belém. De avião, cerca de 1 hora, em vôos diários. É possível ir por estrada, embora as condições do pavimento não sejam as ideais. Por isso muitos motoristas preferem ir de avião e mandar o carro para Santarém por balsa.

Uma das cidades mais antigas da Amazônia, Santarém tem apenas 260 mil
habitantes. Surgiu como aldeia dos índios Tapajós, em 1661, depois
transformada em missão dos jesuítas. Ao ser elevada à condição de vila, em
1.758, os portugueses lhe deram o nome de Santarém em homenagem à cidade homônima de Portugal.

Outro traço marcante de Santarém é a influência das várias tribos que
povoavam a região na época da chegada dos colonizadores, especialmente no vocabulário, na culinária e em festas tradicionais como o Sairé, a mais
antiga manifestação da cultura popular da Amazônia.

Santarém é também o resultado de muitos rios que lhe dão vida. Eles são o
ponto de partida para se explorar a região e o cenário de lindíssimas praias
na orla, a poucos minutos do centro, ou no balneário de Alter do Chão, vila
distante 34 quilômetros.

Diariamente, de manhã cedo e no fim do dia, dezenas de barcos de linha
(geralmente, catamarãs) ali aportam para embarque e desembarque de
passageiros e carregamento de todo tipo de mercadoria, de sementes e
alimentos a eletrodomésticos e até motocicletas. É surpreendente a destreza
com que os estivadores transportam caixas pesadas, de grande volume, sobre as pinguelas que ligam o cais ao barco. Os passageiros se acomodam em redes, próprias ou alugadas na hora, para viagens que podem levar várias horas ou dias.
Somente no município de Santarém são seis bacias hidrográficas: Amazonas, Arapiuns, Tapajós, Moji, Mojuí e Curuá-Una. E cada uma é uma porta de entrada para deslumbrantes passeios na mata, rios, igarapés ou praias, como também para conhecer a vida das comunidades ribeirinhas.

É DA AMAZÔNIA A MAIS BELA PRAIA DO BRASIL

Se a chegada a Santarém é por barco, o meio de transporte tipicamente
amazônico, o visitante já antes do desembarque se depara com um dos
espetáculos da natureza que tornam a cidade tão especial. Bem diante da área urbana de Santarém se dá o Encontro das Águas do maior rio do mundo, o Amazonas, com as da foz do Tapajós, um de seus maiores afluentes. A cidade fica na confluência dos dois gigantes. É uma paisagem exuberante, especialmente no pôr do sol.

Diferenças de densidade, velocidade e temperatura fazem com que os dois rios sigam juntos por quilômetros, sem que as águas verde-azuladas e límpidas do Tapajós se misturem com as de tonalidade barrenta do Amazonas. Em meio ao contraste das cores dos rios, trafegam catamarãs, canoas, lanchas, barcos de todo o tipo, ligando Santarém a cidades e comunidades remotas na floresta.

Nesse paraíso amazônico o turista se depara com praias, lagos, igarapés,
árvores gigantescas, festas com raiz em lendas indígenas, um povo muito
acolhedor e uma comida com sabor original. E ainda pode relaxar em Alter do Chão, praia que o jornal britânico The Guardian apontou como a mais bela do Brasil.


quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Festivais regionais

Carnaval de Óbidos – mais conhecido como Carnapauxis ou Mascarado Fobá

Um dos melhores carnavais do Pará. Este evento é fruto da criatividade do próprio povo obidense.
O carnaval obidense tem cerca de 1 século, sendo uma herança deixada pelos colonizadores portugueses, onde as famílias tradicionais da cidade realizavam os ‘entrudos’ (batalha entre famílias munidas de fuligem de panela, farinha de trigo e tinta para sujar as pessoas). Esse tipo de folia durou até 1918, quando a diversão das famílias foi substituída pelas festas carnavalescas como os grandes bailes e os blocos de rua. Em 1927, o carnaval passou para os clubes. No final dos anos 70, uma crise político-econômica atingiu a região e o empolgante carnaval desapareceu. Em 1997 o carnaval regressou com toda a animação dos foliões pelas ruas estreitas de Óbidos, durante 4 dias, ao ritmo das velhas marchinhas de carnaval. A tradição fez ressurgir os “blocos dos mascarados’ que hoje animam o carnaval e atraem milhares de pessoas de diferentes regiões, aumentando em cerca de 40% a população local de 45 mil habitantes.

Festival das Tribos Mundurukus e Muirapinima de Juruti

O Festribal é realizado no último final de semana de Julho. Este festival tem como palco de apresentação, o Centro Cultural conhecido como Tribódromo. O local tem o formato de uma grande canoa em homenagem a um dos meios de transporte mais utilizados pelos povos ribeirinhos da Amazônia. No Tribódromo as Tribos Muirapinima (vermelho e azul) e Munduruku (vermelho e amarelo), retratam a cultura indígena em forma de música, artes cênicas, alegorias e danças. O principal objetivo é valorizar a cultura indígena da Amazônia. A criação das fantasias é baseada em estudos feitos pelos representantes dos grupos, que vão ás aldeias indígenas da região buscar inspiração.
O primeiro Festival das Tribos aconteceu em 1986, mas só em 1995 houve o primeiro confronto entre as Tribos Mundurukus e Muirapinimas, durante o X Festival Folclórico da região. Antes disso se apresentavam apenas quadrilhas, bois-bumbás e grupos folclóricos.
A cidade de Juruti está situada na região do baixo Amazonas, no Oeste do Pará.

Festival do Boi Bumba de Parintins

É uma festa popular realizada anualmente no último final de semana de Junho, na cidade de Parintins, Amazonas. O festival é uma ópera a céu aberto, onde competem duas agremiações, o Boi Garantido, de cor vermelha, e o Boi Caprichoso, de cor azul.
O festival reúne no Bumbódromo -o palco da festa- mais de 3.000 integrantes de cada um dos grupos que disputam a preferência do público desde a década de 60.
Durante as três noites de apresentação os bois do Garantido e do Caprichoso deixam seus "currais" -espécies de quadras de escolas de samba- para viver um enredo simples. O ritual dos Bumbas mostra a Lenda do Pai Francisco e Mãe Catirina que conseguem, com a ajuda do Pajé, fazer renascer o boi do patrão. Conta a Lenda que Mãe Catirina grávida deseja comer a língua do boi mais bonito da fazenda. Para satisfazer o desejo da mulher, Pai Francisco manda matar o boi de estimação do patrão. Pai Francisco é descoberto, tenta fugir, mas é preso. Para salvar o boi, o Pajé é chamado e o boi ressuscita. Pai Francisco e Mãe Catirina são perdoados e há uma grande comemoração.
As alegorias entram no Bumbódromo aos pedaços, para que possam passar pelos portões estreitos, e são montadas sob os olhares incrédulos dos visitantes diante da grandiosidade das peças, que chegam a ter 30 metros de altura. Cada uma delas vai ser palco para um novo ato dessa verdadeira ópera da selva, representando as cenas do boi.
Iluminadas com rigor cênico, as alegorias mecanizadas se desdobram, voam, andam, gritam e abrigam uma multidão de atores locais encenando lendas e pajelanças. Ao redor, centenas de figurantes envolvidos por fumaça colorida desenvolvem suas coreografias em vestes luxuosas, feitas com plumagens, juta, cipó e sementes nativas.
Parintins fica a 420 km de Manaus, na ilha fluvial de Tupinambara, no Baixo Amazonas, quase na fronteira com o estado do Pará.



Festival do Borarí da Vila de Alter do Chão

O festival Borari começou a ser realizado na década de 90, e a cada edição atrai mais visitantes á vila de Alter do Chão. A festividade retrata a origem e as tradições dos índios Borari, os primeiros habitantes da vila. A festividade mostra a força da cultura popular e é promovida pelos próprios moradores de Alter do Chão. Hoje são os jovens que se empenham para fazer o resgate cultural da sua história, através de danças, rituais e preparo da alimentação típica dos Borari, durante o festival.
Alter do Chão, vila cercada de praias de areias brancas e finas no coração da Amazônia, situa-se a 30 km da cidade de Santarém.

Festival do Sairé – Vila de Alter do Chão

festival do Sairé é a mais antiga manifestação da cultura popular da Amazônia.
A festa resiste a mais de 300 anos, mantendo intacto o seu simbolismo e essência. A sua origem remonta ao período da colonização, quando os padres jesuítas, na missão evangelizadora, envolviam música e dança na catequese dos índios. O Sairé é o símbolo que se conhece, representando o respeito dos índios, usado para homenagear os portugueses quando estes aportaram em suas terras. Ao longo destes 300 anos, o Sairé foi ganhando novos contornos. Atualmente é festejado no mês de setembro e consiste em um ritual religioso que se repete durante o dia, culminando com a cerimônia da noite, seguida da parte profana da festa, representada pelos shows artísticos com apresentações de danças típicas e pelo confronto dos botos Tucuxi e Cor-de-Rosa. São cinco dias de muita música, danças e rituais resultantes do entrelaçamento social e cultural entre os colonizadores portugueses e índios da região do Tapajós.
Festival de beleza ímpar, não só pela beleza do próprio local com suas praias paradisíacas de areias brancas e finas no meio da Amazônia, assim como também pela história e tradição de festa nascida dos índios Borari, nos tempos de um Brasil colônia.
Alter do Chão, vila cercada de praias de areias brancas e finas no coração da Amazônia, situa-se a 30 km da cidade de Santarém.


Notícias » Notícias Índios da Amazônia precisam de guerreiros políticos, diz cacique

Odair José Borari só saiu pela primeira vez de sua aldeia aos 14 anos de idade. "Meu pai não deixava nem a gente ir para perto do rio porque os portugueses estavam lá", diz. "Portugueses" é como os índios da aldeia Borari se referem aos não índios por força de uma tradição secular.

"Claro que a gente sabe que não são mais portugueses, já tem muito tempo, mas é ainda assim que o povo fala", diz ele, que hoje é o segundo cacique (o próximo na linha de sucessão para chefiar a comunidade) em sua aldeia, a 14 horas de barco da cidade de Santarém, no Estado do Pará.

Mas Odair José - mais conhecido como Dadá Borari - conta que decidiu enfrentar o mundo dos "portugueses" e foi para a cidade estudar e buscar mais formação para se tornar um "guerreiro político". "Temos os guerreiros que ficam na aldeia e que cuidam de nosso povo, mas precisamos também formar cada vez mais guerreiros políticos, que possam vir aqui para fora e lutar por nossos direitos", diz.

Violência
Dadá chegou a ser vice-presidente do Conselho Indígena Tapajós Arapiuns e, por conta da militância, afirma ter sentido na pele a violência, comum em questões fundiárias no Pará.

"Os madeireiros me pegaram e me deixaram por muitas horas amarrado no mato, me ameaçando com armas de fogo e me humilhando. Mas, daquela vez, eu senti que não queriam me matar, queriam só me deixar com medo para eu abandonar a luta", disse.

"Mas isso não funcionou. Essa violência só me fez ter mais certeza de que preciso defender os direitos de meu povo", afirma.

Ele chegou a receber uma escolta policial, dentro de uma programa do governo do Estado de proteção a militantes de movimentos sociais ameaçados de morte. Mas diz que não teve certeza de que poderia confiar nos policiais que foram enviados e acabou abrindo mão da proteção. "Recentemente, fui novamente ameaçado de maneira direta por madeireiros e fazendeiros. Preciso de novo de escolta policial, mas até agora o Estado ainda não concedeu", reclama.

Ao lado da militância política, Dadá Borari também é professor na escola de sua comunidade. Com um grupo de mais de 90 professores, ele participava de um curso de formação, em Santarém, quando conversou com a reportagem da BBC Brasil. "É com educação que vamos poder formar cidadãos mais prontos a lutar pelos seus direitos também entre os índios", avalia.

Ibama revela esquema milionário de madeireiras fantasmas no Pará

O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) começou a divulgar nesta sexta-feira, 19, o resultado da Operação Caça Fantasma, que rastreia a cadeia produtiva da madeira no Estado em busca de irregularidades. O órgão já detectou a existência de mais de 150 empresas fantasmas, que movimentaram mais de 200 mil metros cúbicos de madeira em créditos no sistema, um esquema de mais de 25 milhões de reais.A operação Caça-fantasma é realizada pela Superintendência do Ibama no Pará e rastreia a cadeia produtiva florestal no Estado por meio do Sisflora, sistema de gestão florestal adotado no Pará, e no Sistema DOF (documento de origem florestal). Por meio de vistorias in loco é constatada a existência ou não de empresas, e no caso de comprovação que a empresa não existe fisicamente (empresa fantasma), analistas ambientais do Ibama Pará realizam o levantamento da cadeia de comercialização dos produtos florestais nos sistemas informatizados e bloqueiam o acesso da empresa ao sistema até comprovação de emissão de notas fiscais e Guias florestais de maneira lícita.Com a apresentação dos documentos pela empresa notificada, que na maioria das vezes comprova a fraude, pois grande parte das placas de veículos informados como responsáveis pelo transporte de produtos florestais, sendo na teoria caminhões e carretas, eram na verdade motos, carros de passeio, veículos fora de circulação e até mesmo placas que não existiam.As empresas são então autuadas e é solicitado o estorno das quantias de madeira, carvão ou lenha comercializadas, que é solicitado à Sema (Secretaria de Estado de Meio Ambiente) PA, pois na verdade nunca existiu esta madeira, servindo os créditos apenas para acobertar a madeira extraída de maneira ilegal, ou seja, fora de planos de manejo e autorizações de desmatamento legalmente emitidas.
Resultados - De acordo com este procedimento, foi solicitado a Sema/PA o estorno de mais de 173.000,00 m³ de madeira, seja serrada ou em toras, 42.000,00 MDC“s (metros de carvão vegetal) e quase 11.000,00 estéreos de lenha, totalizando 226.400,00 m³, o equivalente a mais de 7.500 caminhões carregados de produtos florestais, isso tudo a um custo financeiro muito baixo e com grande efetividade na repressão ao crime ambiental.

Aquífero Alter-do-chão um desastre iminente

Aqüífero significa reserva de água subterrânea e, são formados e realimentados quando a água da chuva infiltra-se no solo. A medida que a água vai penetrando no solo, ela vai sendo filtrada, perde turbidez, cor e fica cada vez mais limpa; pode levar décadas para caminhar algumas centenas de metros e, ao encontrar rochas impermeáveis compactas que não consegue ultrapassar, a água forma o lençol freático. Quando a própria pressão natural da água é capaz de levá-la até a superfície, temos um poço artesiano. Quando a água não jorra, sendo necessária a instalação de aparelhos para sua captação, tem-se um poço semi-artesiano.
DISTRIBUIÇÃO E DISPONIBILIDADE DE ÁGUA: Do volume total de água do planeta, 97,5% é salgada, compondo os mares e oceanos e, apenas 2,5% é doce. Porém, da água doce existente na Terra, 68,9% formam as calotas polares, geleiras e neves eternas que cobrem os cumes das montanhas, 0,9% corresponde à umidade do solo e pântanos, 0,3% aos rios e lagos e, os 29,9% restantes são águas subterrâneas. Desta maneira, do total de água doce disponível para consumo, descontando-se aquela presente nas calotas polares, geleiras e neves eternas, as águas subterrâneas representam um total de 96%(cerca de 8 a 10 milhões de Km3.
SITUAÇÃO GLOBAL DOS AQÜÍFEROS: Nos últimos 25 anos foram perfurados cerca de 12 milhões de poços no mundo. Embora cerca de 1,5 bilhão de pessoas dependam hoje das águas subterrâneas para abastecimento, ainda faltam políticas de conservação capazes de garantir a necessária recarga e controle da contaminação dos aqüíferos. Os casos mais graves são encontrados nos aqüíferos dos Estados Unidos, México, Índia, China e Paquistão mas, também, há crise em algumas partes da Europa, África e Oriente Médio. O problema não é amplamente visto porque ocorre no subsolo, afirmou Ismail Serageldin, chefe da Comissão Mundial de Água para o Século 21 e vice-presidente de programas especiais do Banco Mundial. Serageldin afirmou que, em muitos locais, a situação já chegou a limites críticos e, pode ser economicamente irreversível. No México, a super explotação do aqüífero Hermosillo obrigou à edição de uma lei, segundo a qual, cada habitante tem uma cota de água e, diante dos custos proibitivos, agricultores acabaram com as culturas irrigadas de alto consumo de água e, passaram a produzir culturas com maior valor agregado por litro de água consumida. Na África do Sul, a disseminação de uma erva daninha exótica muito agressiva foi identificada como a causa pelo aumento do consumo de água. A erva, tomou o lugar de algumas plantas nativas em 10 milhões de hectares, consumindo 7% a mais de água dos solos. Uma força tarefa de 42 mil homens foi mobilizada para combater a erva invasora, num programa chamado "Working for Water" (Trabalhando pela Água). Estima-se que eles tenham 20 anos de trabalho pela frente até erradicá-la.
Quando os aqüíferos são litorâneos, o excesso de uso provoca o rebaixamento do lençol das águas subterrâneas, podendo levar a salinização pela contaminação da água do mar. É o que vem acontecendo na Tailândia e em diversas ilhas da Indonésia onde, a contaminação por água salgada, é praticamente irreversível, já atingindo quase todo o aqüífero em locais muito longe do mar. A super explotação dos aqüíferos em áreas não litorâneas, favorecem a sua contaminação por poluentes, principalmente nos principais países industrializados que, tem a área de recarga de seus aqüíferos extremamente reduzidas, pelo fato de suas bacias hidrográficas estarem extremamente impermeabilizadas por grandes metrópoles, estradas e ruas asfaltadas.
A SITUAÇÃO NO BRASIL: Um quinto de toda água doce existente no planeta encontra-se no Brasil e, as reservas brasileiras de água subterrânea totalizam mais de 112.000 km3, com um volume de recarga de 3.500 km3 anuais (Rebouças, 1997), o suficiente para abastecer toda a população brasileira atual por 370 anos, caso mantenha-se os atuais níveis de recarga e, saibamos preservar a potabilidade desse precioso recurso. Além de sua importância para o suprimento humano, as águas subterrâneas são responsáveis por 90% da perenização dos rios, córregos, lagos e outros corpos d’água, representando uma contribuição média multianual na ordem de 13.000 Km3"ano (Peixoto e Oort, 1990).
Apesar da região Amazônica possuir a maior disponibilidade hídrica superficial do planeta, o planejamento público não tem conseguido levar à população, água em quantidade e qualidade suficientes. Até porque, o aproveitamento de águas superficiais exige altos investimentos para captação e tratamento, além de um longo tempo necessário para implantação. Outro agravante é que, os recursos hídricos superficiais são facilmente contaminados por atividades antrópicas. Dessa forma, o aproveitamento das águas subterrâneas passou a ser imprescindível e, seu uso intensificado, graças as características de acessibilidade, qualidade, e, requerer pouco investimento, além do fato de, determos a maior reserva de água subterrânea do país. A região Amazônica detém a localização dos seguintes aqüíferos: Parecis, Boa Vista, Solimões e Alter do Chão, totalizando 873.283 Km2 de área de recarga.
A formação Alter do Chão faz parte da Bacia Sedimentar Amazônica e, se constitui no mais importante sistema hidrogeológico da região. Em geral, Alter do Chão é um aqüífero do tipo livre ou seja, localizase próximo a superfície e, aflora na região Centro Norte do Pará e Leste do Amazonas, sendo subjacente a três Estados; Pará, Amazonas e Amapá. Suas águas subterrâneas abastecem quase todas as cidades do Oeste do Pará e do estado do Amazonas inclusive sua capital Manaus e, também, participa do abastecimento de Belém, juntamente com o aqüífero Barreiras. Sua vazão explotável total é de 249,5 m3"s (ANA, 2007b). Logo, deve-se promover a integração dos órgãos federais e estaduais para o compartilhamento da responsabilidade de gestão dessas águas. Ações desarticuladas poderão ser inexpressivas em relação a seriedade dos danos e, aos impactos gerados nessa dimensão interestadual que, já começam a serem sentidos. Entretanto, o risco de contaminação das águas subterrâneas é função direta da carga de elementos agressivos que, pode ser introduzida no subsolo como resultante de atividades antrópicas. Devido a lenta circulação das águas subterrâneas, a grande capacidade de absorção dos solos e, o pequeno tamanho dos canalículos, a contaminação de um aqüífero pode levar algum tempo até manifestar-se claramente.

ÁREA DE RECARGA DOS AQÜÍFEROS NA
REGIÃO AMAZÔNICA
AQÜÍFEROS ÁREA DE RECARGA
Parecis 88.157 Km2
Boa Vista 14.888 Km2
Solimões 457.664 Km2
Alter do Chão 312.574 Km2
TOTAL 873.283 Km2

Estudos realizados sobre o Aqüífero Alter do Chão, atestam que, a qualidade da água é classificada como hipotermais minerais, apresentando pH de 4,8 e sólidos totais dissolvidos inferiores a 100 mg"L. Porém, as concentrações de ferro alcançam algumas vezes 15 mg"L (FGV; MMA; ANEEL, 1998). Em relação à dureza, são classificadas como moles, com valores entre 0,36 e 28,03 mg"L de CaCO3 (Silva & Bonotto, 2000; in ANA e MMA, 2005b). Contudo, por se tratar de um aqüífero livre, apresenta considerável risco de contaminação de suas águas. De forma geral, os terrenos sedimentares apresentam os melhores aqüíferos (caso de Alter do Chão) e, ocupam cerca de 4.130.000 km2 , ou seja, aproximadamente 48% do território nacional. Os terrenos cristalinos constituem os aqüíferos cárstico-fraturados e fraturados, que ocupam cerca de 4.380.000 km2, ou 52% do território nacional.
FORMAS DE USO: A água subterrânea é intensamente explorada no Brasil. Newton Azevedo, vice-presidente da ABDIB, denuncia a existência de cerca de um milhão de poços irregulares no Brasil. A água de poços e fontes vem sendo utilizada para diversos fins, tais como; o abastecimento humano, irrigação, indústria e lazer. No Brasil, 15,6 % dos domicílios utilizam exclusivamente água subterrânea, 77,8 % usam rede de abastecimento de água e 6,6 % usam outras formas de abastecimento (IBGE, 2002a). Importante destacar que, entre os domicílios que possuem rede de abastecimento de água, uma parte significativa usa água subterrânea de forma complementar, sendo este o caso de Belém, onde a maior parte das necessidades são supridas por águas superficiais, cerca de 340.000 m3"dia e, as águas subterrâneas complementam com 96.000 m3"dia. Em muitas regiões do país, a água subterrânea representa o principal manancial hídrico, sendo o caso de Santarém onde, 100% de suas necessidades são supridas pelas águas do Aqüífero Alter do Chão.
Outra forma muito comum de consumo de águas subterrâneas, principalmente nos centros urbanos do país, é através de águas engarrafadas, denominadas genericamente de "águas minerais". Esta atividade envolve um mercado que movimenta em torno de U$ 450 milhões"ano, com crescimento anual de 20% desde 1995 e, com grande possibilidade de expansão já que, o per capita de consumo nacional, é cerca de 8 vezes inferior ao da Europa e América do Norte (Queiroz, 2004). No Brasil, são 672 concessões de lavra de água mineral e potável de mesa distribuídas em 156 distritos hidrominerais, com uma produção na ordem de 5,0 bilhões de litros"ano, relacionada à uma rede de 732 poços e fontes naturais, com vazões que vão desde 700 L"h até mais de 450.000 L"h. A distribuição destas concessões é apresentada na Figura 5. Dos pontos de água cadastrados, 56% correspondem a fontes e, 44% a poços e, mais de 50% estão concentrados na região Sudeste (Queiroz, 2004).
FATORES PREOCUPANTES:
As principais fontes de contaminação dos aqüíferos são de origem antrópica difusa, O notável poder de depuração dos aqüíferos, em relação a muitos contaminantes e, o grande volume de água que armazenam, faz com que as maiores contaminações se manifestem muito lentamente e, aquelas localizadas, apareçam apenas após algum tempo e, mesmo assim, quando deslocadas para as áreas de explotação. Significa dizer que, os aqüíferos são muito menos vulneráveis à poluição do que as águas superficiais. Mas, uma vez produzida a contaminação, a recuperação dependendo do tipo de contaminantes, pode levar muitos anos e, até mesmo tornar-se economicamente inviável (Manoel Filho 1997).
De um modo geral pode-se afirmar que, as águas subterrâneas podem sofrer contaminação direta (sem diluição), quando o poluente atinge o aqüífero por meio de poços abandonados e"ou com deficiências construtivas e, a contaminação indireta (com diluição), quando o poluente atinge o aqüífero depois de passar por alterações a partir da origem. (...) estudos publicados pela (CETESB, 2004a; in ANA e MMA, 2005b), as formas usuais de contaminação das águas subterrâneas são:
Deposição de resíduos sólidos em lixões, com presença de resíduos hospitalares e industriais;
Lançamentos de esgotos e águas servidas ao meio ambiente sem qualquer tipo de tratamento.;
Fugicidas, inseticidas e adubações químicas por Atividades agrícolas;
Vazamento de petróleo e seus derivados por atividades petroquímicas e postos de combustíveis;
Poços com deficiência construtiva em grande quantidade e abandonados sem as devidas precauções;
Fossas residenciais sem o menor critério de construção;
Cemitérios e
Explotação além da capacidade de recarga.

EXEMPLIFICANDO A GRAVIDADE: O reconhecimento do potencial poluidor dos
tanques de armazenamento subterrâneo levou à criação da Resolução no 273 do
CONAMA. Em Belém, verificou-se que 34% dos tanques de armazenamento de
combustíveis em postos de combustíveis possuíam mais de 15 anos e, que 90% deles estavam situados sobre o aqüífero Pós- Barreira que, apresenta elevada vulnerabilidade natural (Siqueira et al., 2002). Dados de isótopos de oxigênio-18 e estrôncio-86"estrôncio-87 indicaram que, na região de Fortaleza, 30% da recarga do aqüífero provém da infiltração de água de fossas (Frischkorn et al., 2002).
Na região de Manaus existem aproximadamente 7.000 poços, cujas profundidades variam entre 10 a 220 metros, dos quais, uma parcela representativa apresentam deficiência construtiva e, sem proteção necessária contra poluentes. A carência de saneamento básico na área urbana, tem favorecido a proliferação de habitações com grande quantidade de fossas e poços construídos sem requisitos mínimos de proteção sanitária, favorecendo a contaminação do aqüífero Alter doChão. Foi avaliada a qualidade da água subterrânea em 120 poços selecionados em 6 bairros na zona urbana de Manaus. Deste total, 61% apresentavam profundidades entre 5 e 40 m. A análise bacteriológica realizada revelou que, 60,5% apresentaram água inadequada para o consumo, devido à presença de coliformes termotolerantes e, em 75% das amostras foi detectada a presença de coliformes totais.
Concentrações fora dos padrões de potabilidade foram obtidas para ferro, amônia e nitrato. Os problemas de qualidade da água na região estudada, foram relacionados à falta de saneamento (na área estudada apenas 21,4% das residências estava ligada à rede de esgoto), proximidade poço-fossa inferior a 20 m e má construção dos poços (Costa et al., 2004).Um outro agravante não menos importante, diz respeito a poços desativados, muitos ainda abertos e sem o devido tamponamento.
A cidade de Monte Alegre encontra-se assentada sobre a formação aqüífera Alter do Chão.
Análises físico-químicas realizadas pelo PRIMAZ em 14 poços tubulares rasos, revelaram em 9, a presença de nitrato, com teores bem acima do valor máximo permissível (VMP) que é de 10 mg"L. Este fato está relacionado à falta de saneamento básico e"ou proximidades de fossas, podendo causar na população consumidora, principalmente em crianças, o estado mórbido denominado cianose ou methemoglobinemia (redução na oxigenação do sangue ).
Três pontos coletados ao longo do paraná de Gurupatuba, revelaram um aumento no número de coliformes totais e coliformes fecais, à medida que se aproxima da área de influência da cidade.
Os córregos, igarapés, rios e lagos, participam diretamente da recarga dos aqüíferos, sendo, por eles, também perenizados. Em Santarém é bastante conhecido a situação de assoreamento e contaminação dos igarapés e, o rio Tapajós que banha a cidade, está sofrendo descarga permanente da rede de esgotos e, águas servidas, sem qualquer tipo de tratamento. Uma equipe do Laboratório de Microbiologia Ambiental, da Seção de Meio Ambiente do Instituto Evandro Chagas (IEC), coordenada por Lena Lílian Canto de Sá, coletou amostras em cinco pontos diferentes do rio Tapajós: praias do Ariará, Ponta de Pedras, Carapanari, furo do Sururu e leito do rio sob influência do rio Arapiuns. As análises mostraram que, as águas do Tapajós possuem grande presença de microrganismos do gênero Anabaena sp, produtoras de cianotoxina, substância que pode provocar até câncer em seres humanos. Para Dilaelson Rego Tapajós, técnico ambiental do Ministério Público, o lançamento de matéria orgânica favorece o aumento da quantidade de microrganismos decompositores livres na água e, nos sedimentos que, acabam consumindo o oxigênio dissolvido na água, favorecendo, com isto, a atividade fotossintética das cianobactérias. Além disto, nos meios anaeróbicos, a disponibilidade das formas inorgânicas de nitrogênio e fósforo aumentam, facilitando as grandes infestações. Ao que se sabe, até o presente, nada foi feito para conter a contaminação. Ao contrário, a situação agravou-se na última cheia, com inundação de galerias e transbordamento de fossas sépticas.
Já os impactos da mineração sobre os recursos hídricos subterrâneos ainda são pouco estudados no Brasil.

CONTAMINAÇÃO POR RESÍDUOS SÓLIDOS: Os critérios de avaliação da vulnerabilidade por lixões têm, por base, as características da permeabilidade, porosidade, arcabouço geológico e, os fluxos subterrâneos. Estes aspectos, associados à profundidade, são determinantes para vulnerabilidade das águas subterrâneas. O crescimento desordenado das cidades que situam-se sobre o aqüífero Alter do Chão e, em particular Santarém, tem levado a disposição inadequada dos resíduos sólidos que, provocam alterações na qualidade do solo, do ar e dos corpos aquáticos, além de representar um risco para a saúde pública. A responsabilidade pela disposição final dos resíduos sólidos urbanos é das prefeituras e, os resíduos sólidos industriais, de serviços de saúde e agrícola, são do próprio gerador. No entanto, a grande maioria dos resíduos sólidos, são lançados em lixões com presença de resíduos hospitalares e industriais. Estima-se que Santarém produza cerca de 48.000"t. ano de resíduos sólidos urbanos, com uma produção anual de 13.383 m3 de percolado e 584.852m3 de gás metano, não existindo, até o momento, qualquer medida com o objetivo de determinar o impacto e, a extensão da pluma de contaminação resultante da decomposição e infiltração do chorume proveniente do lixo acumulado sobre o aqüífero, seja em Santarém, ou nas demais cidades em toda sua extensão.
O RISCO DA SUPER EXPLOTAÇÃO: Outro fato grave, é a total ausência de controle e monitoramento da explotação. O aqüífero Alter do Chão é explotado em uma vasta área, abastece dezenas de cidades e as duas maiores metrópoles da Amazônia. Estudos apontam para uma super explotação em alguns setores da cidade de Manaus, muito superior a capacidade restauradora do aqüífero, provocando rebaixamento significativo do lençol freático, modificação da hidrodinâmica local e, maior dificuldade na dispersão de poluentes.
O que mais aflige é, que tal situação, sequer é fiscalizada ou monitorada pelos órgãos ambientais dos municípios que estão sobre o aqüífero e, portanto, não agem com o rigor que a importância e o caso requer. Santarém, como os demais municípios, não possuem esgotamento sanitário. Esgotos domésticos escorrem a céu aberto e, são lançados diretamente nos córregos, igarapés, rios e lagos. Igual processo ocorre com águas servidas pelas populações, pelos processos industriais e pelos lava-jatos que, são devolvidas ao meio ambiente sem qualquer tipo de tratamento e, contaminando o lençol freático. Esta situação é agravada com o uso de agrotóxicos, aplicação de fertilizantes e insumos nitrogenados por atividades agrícolas que, por acidente ou imprevidência, acabam contaminando corpos hídricos. Outro fator contributivo e não fiscalizado, são vazamentos de produtos químicos dos tanques dos postos de combustíveis. Em sua imensa maioria, os resíduos sólidos são lançados em lixões. Em suas áreas urbanas, proliferam de forma indiscriminada, habitações com fossas sem um mínimo critério de construção, grande parte, situadas em quintais sem um distanciamento mínimo poço-fossa. Aliás, Milhares de poços tipo Amazonas foram perfurados nas áreas urbanas por iniciativa própria de seus moradores, sem o menor conhecimento dos pré-requisitos básicos de proteção e, sem qualquer tipo de licenciamento prévio, não havendo, portanto, distinção entre um poço ou um buraco que dá água e, certamente, grande parte desses poços, como já demonstrado, estão impróprios ao consumo humano.
No último seminário Águas subterrâneas em regiões metropolitanas realizada em Belém, o diretor de Recursos Hídricos da Sema, Manoel Imbiriba Jr., destacou o compromisso da governadora Ana Júlia Carepa com os recursos hídricos do estado. Destacou a aprovação do Plano Estadual de Recursos Hídricos e a liberação de R$ 1,3 milhão para o setor. Em face do volumes dos recursos disponibilizados, se faz desnecessário comentar sobre o alegado compromisso.
Esta é a dramática situação que o aqüífero Alter do Chão está sendo submetido por dezenas de cidades e, grandes metrópoles em toda sua extensão. Se esta conduta persistir, seja quais forem as razões e, se políticas públicas para proteger e fazer a gestão integrada desses recursos não forem estabelecidas em parceria entre os Estados, os Municípios e o Governo Federal, o desastre será iminente e, salvo melhor juízo, será o maior desastre ambiental ocorrido na Amazônia e no país. O desmatamento da Amazônia, constantemente denunciado, será insignificante diante do desastre iminente do aqüífero Alter do Chão

MUTAÇÃO GENÉTICA INDUZIDA

Gleba Nova Olinda I situa-se no município de Santarém no Oeste do Pará, na margem esquerda do rio Maró e margem direita do rio Aruã, afluentes do rio Arapiuns. Em linhareta, fica aproximadamente, 93 Km (12 horas de barco a motor) de distância da sede do município. Com uma dimensão total aproximada de 87.496 ha, a Gleba Nova Olinda I é
constituída integralmente por terras públicas arrecadadas pelo Estado, sendo composta por 14 (quatorze) Comunidades ribeirinhas, formada por populações tradicionais. Segundo levantamento realizado em 2007, a Gleba
continha 308 famílias totalizando 1.304 pessoas (ver comunidades que integram a Gleba na Tab.1). Além das áreas
comunitárias, foi destinada uma área de permuta para atender o edital de
Concorrência no 001"85 – Iterpa, publicado no DOE de 31.01.85. O
cumprimento deste edital se deu através do Decreto Estadual 2.472"2006, a partir do qual, deu-se a assinatura dos contratos de permuta de 25 lotes permutados, os quais respeitam, em sua totalidade, as áreas limítrofes das comunidades. A área permutada é destinada exclusivamente ao Projeto de Manejo Florestal Sustentável, não sendo permitido o corte raso da
floresta e demais formas de vegetação nativa, sob pena de imediata reversão das terras ao pleno domínio do Estado. Ressalte-se que, o processo de ocupação vem sendo controlado pelo Estado (através do Iterpa, IBAMA e SEMA), o qual vem dando garantia fundiária e ambiental as
Comunidades. No momento, todas as comunidades já foram georeferenciadas, já tendo sido publicado o Decreto de Regularização Fundiária de três Comunidades. Estima-se que, a

MUTAÇÃO GENÉTICA INDUZIDA
regularização fundiária de todas as comunidades seja concluída até dezembro"2009, excetuando uma área em litígio de 29.588 ha, na qual habita 47 famílias e, congrega três dás quatorze comunidades da Gleba, estando essa área, sendo objeto de conflito desde o ano 2000.
COMUNIDADES QUE INTEGRAM A GLEBA NOVA OLINDA I
Comunidade Localização Famílias População Área p"Fam Regularização
São Luiz Rio Aruã 13 55 306,05 ha Coletiva Novo Paraíso Rio Aruã 16 99 306,05 ha Coletiva São Francisco Rio Aruã 34 174 306,05 ha Coletiva
São Raimundo Rio Aruã 15 64 360,77 ha Coletiva Vista Alegre Rio Maró 21 83 148,48 ha Coletiva Soc. dos Parentes Rio Aruã 26 86 100,00 ha Individual
Repartimento Rio Maró 30 123 100,00 ha Individual Sempre Serve Rio Aruã 29 81 100,00 ha Individual Mariazinha Rio Maró 24 100 100,00 ha Individual
Prainha Rio Maró 12 73 216,73 Coletiva Fé em Deus Rio Maró 41 104 100,00 ha Individual Novo Lugar Rio Maró 18 94 629,55 ha Opção Indígena
Cachoeira do Maró Rio Maró 18 89 629,55 ha Opção Indígena São José III Rio Maró 11 79 629,55 ha Opção Indígena azão do Conflito: Conforme relato de antigos moradores como os irmãos Saturnina e Graciano Martinho, bisnetos dos primeiros habitantes da Gleba Nova Olinda I1, a colonização deu-se através de pessoas das mais diversas origens; Paraense, Cearense,
Maranhense, Rio Grandense e, até, originários do Paraguai e Colômbia (ver principais colonizadores, Tab.2). Segundo estes, quando seus bisavós chegaram a região, só existiam duas famílias morando em toda região do Maró, uma família morava num lugar chamado de Andirobal
e outra família morava no Repartimento, hoje Comunidade de mesmo nome. Seus bisavós, há quase um século, escolheram uma lugar para morar e, a ele, deram o nome de sítio Gavião, hoje Comunidade Fé em Deus.

1 Saturnina Martinho nascida em 02 de Março de 1947 e Graciano Martinho, nascido em 02 de Fevereiro de 1951, residem hoje na Comunidade Fé em Deus e, são bisnetos de Seu Mássimo e Dona Maria Rosa, 3ª família a chegar na Gleba Nova Olinda – região do Rio Maró.
TABELA 1
Ocorre que, Odair José Sousa Alves, filho de Albino e dona Edite, morador da
comunidade Novo Lugar, passou a se declarar Cacique do Povo Indígena Borari e, denominar-se Odair José Borari. Contando com o apoio do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santarém, do Frei Florêncio da CPT e do Greenpeace, passou a realizar reuniões nas comunidades da Gleba,
para convencê-los a se declararem índios e, requererem toda área da Gleba como área indígena. Segundo Basílio Matos dos Santos, tio de Odair, as ONGs diziam que os madeireiros iriam tomar as terras das comunidades e tirar toda a madeira e, os sojeiros, iam derrubar tudo e o rio ia secar(não existe plantação de soja em toda a Gleba Nova Olinda). Basílio então conclue: como acreditar neles se o que eles pediam é que agente mentisse dizendo que era índio. Eu sou tio do Odair, eu ajudei a criar esse menino desde que o pai
dele morreu aos 25 anos. O Bisavô dele era Rio Grandensse, Meu pai, avô de Odair, morava em Belém, nós nunca tivemos índio na família. Aqui no Maró, agente se conhece uns aos outros e, nunca teve índio nessa Gleba, como concordar com uma mentira dessas? (Esta denúncia foi publicamente formulada em extensa matéria publicada no jornal O Impacto, edição 643 de 20 de julho de 2007). Resultado: Dás quatorze comunidades que habitam a
Gleba, apenas três aceitaram se declarar índias (Novo Lugar, Cachoeira do Maró e São José III). Convém mencionar que, há época, as comunidades pleiteavam a regularização fundiária junto ao Governo do Estado, algumas queriam regularização coletiva e outras individual. Segundo o relatório da equipe de trabalho realizado em 2007 para coletar coordenadas geográficas, realizar levantamento socioeconômico e fundiário e, identificar a
forma de regularização pretendida pelas comunidades (equipe composta por técnicos do ITERPA, IBAMA, SEMA e INCRA), a comunidade Cachoeira do Maró havia optado por regularização individual, tendo em 2006 formalizado 22 (vinte e dois) processos individuais e, quando da visita dos técnicos em 2007, esta mudou sua opção para área indígena. Basílio denuncia ainda que, quando da visita dos técnicos, em agosto"2007, foi realizada uma reunião na comunidade Fé em Deus onde ficou decidido que, nós não entraríamos na área deles e eles não entrariam na nossa. Isso ficou acertado na presença dos técnicos e assinado na folha de presença. Só que agora, influenciados pelas ONGs, eles querem fazer reserva até o Igarapé do Arara, ou seja, atravessou a nossa estrada, passou por trás de nossa comunidade aliás, passou por todas
comunidades até chegar a última comunidade que é a Mariazinha. Então eu pergunto: e a nossa estrada? Por onde vamos tirar nossa produção se no verão tem uma cachoeira que não passa barco? Por onde vai chegar a energia luz para todos? Pelo ar?. Nós somos vizinhos. Conhecemos todos eles desde quando chegaram na região. O Odair eu ajudei a criar e, agora, esse moleque
vem dizer que é Cacique de índios que nunca existiu em nossa região e, muito menos em nossa família.

2 Manoel Bagata nascido em Janeiro"1946 e sua mãe Alcilena Bagata de 91 anos, residem na comunidade Fé em Deus, na Gleba Nova Olinda I.

Nunca existiu índio na Gleba Nova Olinda. As ONG é que ensinam eles. Êles só se vestem e se pintam como índio quando vão falar com pessoas do Governo, pra poder enganar! O que ele e as ONG querem é impedir que o ITERPA regularize as terras das comunidades como acertado e, isso nós não vamos aceitar. POVO BORARI: Não era nômade. Eles habitavam exclusivamente em Alter do Chão na margem direita do rio Tapajós. Registros históricos revelam que, o Povo Borari não era uma grande tribo mas, apenas, um pequeno grupo índio da mesma ramificação étnica dos Tapajós ou Tupaius. Segundo o Jesuíta Jacinto de Carvalho que perlustrara a região em
1719, contava-se na Aldeia Borari um total de 235 índios que, de tão poucos, o padre português Manuel Ferreira levou, em 1920, índios da Aldeia Tapajós para criar a Missão de Nossa Senhora da Purificação dos Borari e, ter assim, mais mão-de-obra para cuidar da agricultura e que, a Missão dos Borari não era independente mas, controlada e administrada pelo
Missionário da Missão de Nossa Senhora da Conceição do Tapajós, evidenciando a pouca importância que lhe era dada (Rodrigues, 1890,
tupaiulândia, 82). Com o passar do tempo, os "donos da casa" – os Tapajós – foram se apagando, diminuindo, desaparecendo do cenário local. Dentro de alguns anos eram apenas "notícia" para os novos e tradição para os velhos. Não mais se encontrava um só Tupaiu verdadeiro pelos arredores da futura Santarém. Diversas foram as presumíveis causas da extinção da famosa tribo: guerra, epidemias trazidas pelos brancos, freqüentes assaltos de tropas de resgates e escravização em massa. Depois, repetidas requisições de mulheres e crianças para serviçais nas casas de famílias brancas e, de homens para as expedições que, amiúde, subiam os rios ou se embrenhavam nos sertões a procura de "drogas" ou minerais valiosos. Tais requisitados, quase sempre, tomavam novos rumos não mais regressando a aldeia. Por fim, o natural caldeamento inevitável com os colonos portugueses, dos quais, os rebentos já não seriam índios mas mamelucos.
ABANDONO E EXTINÇÃO DAS RAÇAS INDÍGENAS, COLONIZAÇÃO BRANCA E TRABALHO ESCRAVO (O Brasil e as Colônias Portuguesas, págs. 70"71). Já aquela época, contava-se pelos dedos os legítimos Tupaiuaras – velhos Tapajós de homens grandes e fortes, agora não passavam de pigmeus
entupidos de cachaça e chibé, empambados de vérmina que, se acocoravam às margens do rio verde-negro, a ruminar as glórias dos seus antepassados....Quando alguns anos depois, em 1762 andou pisando estas areias o bispo do Pará D. José de São João de Queiroz, falou da tribo dos
Tapajós como JÁ TENDO EXISTIDO. Rodrigues,1890(Tupaiulândia, 99"100).
O último registro histórico que o autor encontrou sobre o Povo Borari, remonta a narração do historiador inglês Henry Bates ao descrever o ataque dos Cabanos a Vila de Santarém em 1835. Baseado nos relatos de seu compatriota Hislop testemunha ocular do ataque e, relatado por Rodrigues,1890(Tupaiulândia,226"227). Bates informa que, após o ataque feito por Cabanos COM O TEMPO OS TAPAJÓS FORAM SE APAGANDO, DIMINUINDO, DESAPARECENDO DO CENÁRIO LOCAL. DENTRO DE ALGUNS ANOS, ERAM APENAS "NOTÍCIA" PARA OS NOVOS E, TRADIÇÃO PARA OS VELHOS. NÃO MAIS SE ENCONTRAVA UM SÓ TUPAIU VERDADEIRO PELOS ARREDORES DA FUTURA SANTARÉM.
juntamente com os índios Borari e, tendo sido rechaçados com muitas mortes, estes fugiram para Alter-do-Chão e, complementa; "Alter-do-Chão fora primitivamente povoação aborígena do Povo Borari. Os índios foram sempre hostis aos portugueses e, durante as desordens de 1835"38, uniram-se aos rebeldes no ataque a Santarém. Poucos escaparam às carnificinas e, por esse motivo, quase não se encontra um velho ou homem de meia idade no lugar".
Como observa-se através de registros históricos, não há qualquer correlação entre a Gleba Nova Olinda I e, o primitivo habitat dos Borari. Também, reveste-se de falsidade ideológica, o fato de Odair José intitular-se Cacique de uma etnia sabidamente extinta e, descender de pessoas originárias de outro estado e de outra região (ver descendência de Odair José no gráfico abaixo).
ORÍGEM GENEALÓGICA DE ODAIR JOSÉ SOUSA ALVES
Convém ressaltar que, a flagrante falsidade ideológica, levou o pretenso Cacique a assumir a Coordenação do Conselho Indígena Tapajós e Arapiuns (CITA) e, sob o exercício do cargo, induziu ao erro a OAB Pará, ao ter lhe concedido no ano de 2000, o título de Direitos Humanos da entidade, em face da suposta "luta" que este dizia realizar em defesa do Povo Borari. Conforme
fartos relatos de antigos habitantes da Gleba, concedidos por escrito ao autor, nem Odair, nem os membros que compõe as comunidades que, por indução, se auto declararam índias, detém descendência étnica dos primitivos habitantes que habitaram a região. (ver alguns dos principais colonizadores da Gleba Nova Olinda I).

BISAVÓS MORAVAM EM BELÉM - ORÍGEM: AVÓS: MORAVAM EM BELÉM - TIVERAM 2 (DOIS FILHOS) Filhos de Raimundo e Nazaré

BASÍLIO MATOS DOS SANTOS, ALBINO MATOS DOS SANTOS EDITE
TIVERAM CINCO FILHOS O 1º. FOI ODAIR JOSÉ SOUSA ALVES
Basílio ajudou a criar Odair após a morte de seu pai aos 25 anos.
Alguns dos Principais Colonizadores da Gleba Nova Olinda I
CASAL ou PESSOAS FILHOS BREVE HISTÓRICO
Mássimo e Maria Rosa Diogo 3ª família a chegar no rio Maró.
No lugar que escolheram para morar, deram o nome de Barreirinha. Depois foram morar no sítio Gavião hoje Comunidade Fé em Deus Fabiano Braga dos Santos e Claudina de Sousa Raimundo dos Santos
(viria a ser Avô de Odair)
Fabiano é Rio Grandense e, antes de vir para a região do Rio Maró morava em Belém.
Isabel Maria Sabina e Manoel Havelino
(viria a ser Avô de Odair)
A origem dos pais de Havelino não é conhecida, mas eles vieram do Tapajós e passaram a morar na terra Preta em frente o Gurupá no rio Arapiuns. Depois
deixaram Terra Preta e foram morar no Beju-Açú. Malaquias Guimarães e Maurícia da Silva Tiveram nove filhos Vieram de Mato Grosso – Cuiabá indo morar em Bejú-Açú. Felismino Pai de Malaquias foi
fundador da Cachoeira do Maró Juliano e Maria Inácia Luiza Ao chegar no Maró foram morar no Povoado Bejú-Açú Raimundo dos Santos e Nazaré Matos dos SantosAlbino Matos dos Santos (viria ser o Pai de Odair)
E Basílio Matos dos Santos Raimundo e Nazaré moravam em Belém do Pará. Vieram para Santarém indo morar no rio Arapiuns,e depois foram morar no Povoado Bejú-Açú. Diogo se casa com Luiza Graciano Martinho e Saturnina
Foram morar no sítio Gavião. Hoje Comunidade Fé em Deus. Chega Maria da Cruz irmã de Isabel Salustiana (Saluca) (Viria a ser Avó de Odair)Foi ser vizinha do seu Mássimo no sítio Gavião, depois foi morar no Beju-Açú.
Manoel Havelino casa escondido com sua sobrinha Salustiana Tiveram 8 (oito) Filhos, (5 homens e 3 mulheres)entre eles Edite (Mãe de Odair) Saíram de Bejú-Açú indo morar num lugar chamado Rosindo onde hoje fica a Resex.Tempos depois, alguns filhos de Havelino foram morar em Novo Lugar.
A Comunidade muito religiosa não aceitou o casamento de Havelino e Salustiana e foram saindo do Povoado Beju-Açú, indo morar em outro lugar que deram o nome de Cachoeira do Maró. Albino Matos dos Santos e Edite
Tiveram vários filhos, entre eles Odair José Sousa Alves Foram morar na Comunidade Antonica, hoje Novo Lugar. Tabela 2
REAS INDÍGENAS EM SANTAREM – UM PROJETO DO GREENPEACE: A população indígena do Brasil é pouco mais de 1% da população brasileira. Só que, este 1%, detém 13% do território nacional. Detalhe: 98,61% de todos os territórios indígenas encontramse na Amazônia e, algumas delas, criadas sob pressão internacional. Uma área que, em sua totalidade, é maior que as áreas de Portugal, Espanha, Bélgica e Alemanha. Some-se a isso, uma gigantesca rede de Unidades de Conservação e alcança-se o objetivo; Promover um vácuo populacional na região amazônica, para garantir a sua condição de "reserva estratégica", mantendo-a sub-povoada e sub-desenvolvida, além de utilizá-las como óbices às grandes obras de infra-estrutura na Amazônia, indispensáveis ao desenvolvimento regional e do país. O Greenpeace tem sido pródigo em denunciar o processo de colonização da área de influência da
BR-163. De uma forma geral, afirma que os projetos de colonização na Amazônia, apresentam sérios problemas quanto a veracidade jurídica dos títulos que atestam o direito de propriedade, dando margem à ação dos chamados grileiros e,ao surgimento de áreas de tensão. Ao intentar a criação de Área Indígena na Gleba Nova Olinda I, o Greenpeace faz uso da mesma prática de ilegalidade jurídica que tanto denuncia, com o agravante de ser um organismo internacional, ingerindo-se nas questões internas do País. 2 Comprova-se que, essa insidiosa tentativa, não reflete a iniciativa própria de um Povo em busca do resgate étnico e cultural ou a legítima busca de
proteção ao modo índio de viver. Trata-se, em verdade, de um processo de indução através de favores pessoais, promessas de apoio governamental e internacional, maior volume de terra aos que se auto-declararem índios e, alimentar conflitos e sentimentos de revolta por catástrofes ambientais não ocorridas. Essa mutação genética induzida, inicia-se com a propagação de teses de que estes ribeirinhos da Gleba Nova Olinda I, seriam os Ressurgidos, os Renascidos ou os Resistentes quanto ao processo de aculturamento, cristalizando-se a afirmativa do antropólogo Eduardo Viveiros de Castro: "No Brasil, Todo Mundo é Índio, Exceto Quem não é", donde se deduz que, "Todas as Terras São Indígenas, Exceto as que não são". A pretensão de promover a criação de áreas indígenas em Santarém, não limita-se à área da Gleba Nova Olinda I. No artigo, Todo dia é dia de índio: Terra Indígena e Sustentabilidade
da Antropóloga Bernadete Castro Oliveira, inserido no compêndio Amazônia Revelada(2005, pag,201), obra promovida pelo Greenpeace contra a Pavimentação da BR-163 (Pasmem: financiada pelo CNPq, DNIT e Ministério dos Transportes do Brasil), aponta as Terras Indígenas que serão impactadas pela rodovia. Reproduzo, abaixo, as Terras Indígenas que a autora diz situar-se no município de Santarém, com base em informações da FUNAI:

2 Ao que pese ter se nacionalizado, a quase totalidade de seus recursos tem origem externa.

A POPULAÇÃO INDÍGENA DO BRASIL É POUCO MAIS DE 1% DA POPULAÇÃO BRASILEIRA. SÓ QUE, ESTE 1% DETÉM 13% DO TERRITÓRIO NACIONAL E, 98,61% DE TODOS OS TERRITÓRIOS
INDÍGENAS ENCONTRAM-SE NA AMAZÔNIA, UMA ÁREA QUE EM SUA TOTALIDADE É MAIOR QUE AS ÁREAS DE PORTUGAL, ESPANHA, BÉLGICA E ALEMANHA. TERRAS INDÍGENAS Á SEREM CRIADAS NO MUNICÍPIO DE SANTARÉM
Ord
TERRAS INDÍGENAS ETNIAS EXISTENTES PROC. LICIT. NO Port DATA INÍCIO
01 Aningalzinho3 Munduruku 2003"04 777 10"07"2008
02 Baixo Tapajós Munduruku"Tupinambá"Cara Preta ? ? 04"02"2004
03 Borari"Alter do Chão 2 Borari 2003"04 776 04"07"2008
04 Cobra Grande 2 Arapiun 2003"04 774 04"07"2008
05 Marituba4 Munduruku - - -
06 Mirixipi Arapiun - - -
07 Maratuba do Pará Tupinamba"Cara Preta - - -
08 Nova Vista Arapiun - - -
09 Maró (Gleba N. Olinda) 2 Arapiun"Borari 2003"04 775 04"07"2008
10 São João Arapiun - - -
11 Baixo Tapajós"Arapiun5 Munduruku"Arapiun 2003"04 ? 02"06"2008
12 Brinco das Moças 5 ? ? ? 04"09"2003
Analisando a tabela das Terras Indígenas a serem criadas, verifica-se que, as etnias Borari e Arapium (do mesmo tronco étnico dos Tapajós ou Tupaius), são etnias consideradas extintas pelos historiadores e, portanto, só através do processo de mutação genética induzida como a que ocorre na Gleba Nova Olinda I, seria capaz de produzir, artificialmente, índios que justifique a criação de 2 (duas) terras indígenas para abrigar os Borari e, 6 (seis) terras indígenas para abrigar os descendentes da etnia Arapiun. Contudo, o cúmulo do absurdo, é a pretensão de criar Terras Indígenas para abrigar índios das etnias Munduruku, Cara Preta e Tupinambá pois, não há qualquer registro histórico que Santarém tenha sido habitada por índios dessas etnias. Observa-se ainda que, à Terra Indígena Brinco das Moças, com processo iniciado em 2003, sequer há menção de uma etnia. Estão esperando que as ONGs Ambientalistas"Indigenistas decidam qual etnia deva existir? Ao consultar o cadastro da FUNAI sobre terras Indígenas, verifica-se que em 08 de Setembro de 2003, iniciou-se o processo de criação da Terra Indígena Aminã no município de Itamarati no Estado do Pará, para abrigar índios da etnia
Tupaiu. Detalhe: A etnia Tupaiu, são os primitivos habitantes da região onde hoje situa-se o município de Santarém e, considerada extinta pelos historiadores e, o município onde pretendese criar a Terra Indígena Aminã, não existe no estado do Pará. Ou seja, deu a louca na fábrica de Terras Indígenas da FUNAI. Ao consultar os municípios brasileiros com o nome de

3 Processo de Identificação e delimitação iniciado através dos editais 2008"0031 e 2008"0041 publicados em 04"07"2008.
4 Abrange os municípios de Santarém e Belterra, já estando em fase de delimitação. 5 Não estão citadas no artigo da Antropóloga e sim, no cadastro de Terras Indígenas da Funai.

SÓ ATRAVÉS DO PROCESSO DE MUTAÇÃO GENÉTICA INDUZIDA COMO A QUE OCORRE NA GLEBA NOVA OLINDA I, SERIA CAPAZ DE PRODUZIR, ARTIFICIALMENTE, ÍNDIOS QUE JUSTIFIQUE A CRIAÇÃO DE 2 (DUAS) TERRAS INDÍGENAS PARA ETNIA BORARI E, 6 (SEIS) TERRAS INDÍGENAS PARA ETNIA ARAPIUN.
Itamarati, o mais próximo encontra-se no estado do Amazonas, acima de Manaus. Estima-se que, o município de Itamarati esteja há mais de 1.000 (mil) quilômetros de Santarém, sem qualquer possibilidade que, por lá, habitem ou possa ter habitado nossos antigos Tupaius. Pelas razões já citadas, julguei que, a pretensão do Greenpeace, seria impossível de ser oficialmente cogitada. Ocorre que, em 07 de Abril de 2008, o Programa Integrado de Proteção às Populações e Terras Indígenas da Amazônia Legal – PPTAL, utilizando-se de recursos externos do PPG7 através do PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Projeto 96"018) e, com base nos instrumentos legais, Decreto 5.151 de 22 de Julho de 2004 e, Portaria 433 de 23 de Outubro de 2004 do Ministério das Relações Exteriores, foi publicado os Editais de
Processo Seletivo no 2008"0031 e 2008"0041 para contratação de Técnicos Especializados para trabalhos de Identificação e Delimitação de Terras Indígenas ao longo do Baixo e Médio Tapajós (ver áreas à serem identificadas na Tabela 3) Terras Indígenas à Serem Identificadas e Delimitadas com base nos Editais 2008"0031 e 2008"0041
ORD Terras Indígenas Grupo Indígena
01 Borari"Alter do Chão Borari e outras etnias
02 Maró (Gleba Nova Olinda I) Arapiun"Borari"outras etnias
03 Aningalzinho Munduruku e outras etnias
04 Cobra Grande Arapiun"Tapajós"outras etnias
05 Escrivão6 Maytapu e outras etnias
Estas não são as únicas Terras Indígenas que o Greenpeace está empenhado em criar na área de
influência da BR-163. Consta como objetivo na obra já citada, criar as seguintes Terras Indígenas
(em continuação às já mencionadas para Santarém):
OUTRAS TERRAS INDÍGENAS A SEREM CRIADAS NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DA BR-163
Ord Terras Indígenas Grupo Indígena Município UF
13 Baixo Tapajós II Munduruku"Cara Preta"Maytapu Aveiro PÁ
14 Bragança Munduruku Belterra PÁ
15 Km 43 Munduruku Itaituba PÁ
16 Maia Arara Sem. José Porfírio PÁ
17 Pimental Munduruku Itaituba - Trairão PÁ
18 São Luiz do Tapajós Munduruku Itaituba PÁ
19 Taquara Munduruku Belterra PÁ
20 Trombetas Mapuera Karafawyana"Waiwai
Oriximiná"Nhamundá Urucará"Faro"Caroebe
São João da Baliza PÁ AM RR
21 Rio Arraias – BR 80 Kayabi Marcelândia MT
6 Essa Terra Indígena situa-se no município de Aveiro
Tabela 3 Como observa-se, são 21 Áreas Indígenas à serem criadas só na área de influência da BR-163. Algumas são gigantescas, ex: Terra Indígena Trombetas Mapuera. Esta área inicia no município de Oriximiná no estado do Pará, atravessa todo o estado do Amazonas e termina no estado de Roraima. Das Terras Indígenas a serem criadas, nada se sabe sobre suas dimensões nem sobre suas localizações geográficas, sendo possível que, alguma comece próximo de alguma obra importante ou terminar perto de outra mais importante. O objetivo: servirem de óbices as grandes obras de infra-estrutura programadas para a região. Quem é ouvido sobre a criação dessas áreas? Resposta: Ninguém. A delimitação é realizada pelos antropólogos e técnicos
ambientais da Funai ou contratados, com fortíssima ingerência das ONGs
Ambientalistas"Indigenistas. O Executivo e Legislativo dos Estados e dos Municípios onde essas áreas se inserem, sequer são oficialmente comunicados sobre os trabalhos de identificação e delimitação. Tal fato, foi criticado por alguns Ministros do Supremo Tribunal Federal quando do julgamento da demarcação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, dando a entender,
claramente, sobre a necessidade da sociedade ser ouvida sobre a criação de novas Terras Indígenas. Essa é a forma como as questões indígenas estão sendo conduzidas em nosso país. A palavra de ordem é criar cada vez mais e maiores áreas indígenas, ainda que, pelo processo de mutação genética induzida, onde populações tradicionais são convertidas em povos indígenas e, depois, abandonadas. O fato é que, não há uma real preocupação com a qualidade de vida de nossos índios. Estes estão sendo utilizados como massa de manobra na obtenção de objetivos externos. Ver informes nos quadros abaixo, retirados da obra publicada pelo Instituto Sociambiental – ISA,
Povos Indígenas no Brasil 2001"2005:
Aumento da mortalidade infantil. A taxa de mortalidade era de 134 por mil
nascidos vivos (pag, 137);
Dezenas de crianças morrendo de fome em várias áreas indígenas do país
(pag,802);
Record de suicídio em áreas indígenas. Em sete meses no estado de Mato Grosso, 37
se suicidaram e outros 58 tentaram o suicídio (pags. 819"820);
Completo abandono do sistema de saúde (pags, 134,136"137 e 269);
Completo caos do sistema educacional. Em 2005 havia 72 escolas para 621 áreas
indígenas, com uma baixa qualidade de ensino (pag, 147);
O Governo não libera recursos para implantação de projetos de sustentabilidade
territorial e econômica. Em 7 anos foram apresentados 262 projetos. 71 foram
aprovados e, quase nada foi implantado (pag, 193);
Muitas aldeias indígenas dependem de doação de cestas básicas para sobreviverem
Ex: Aldeia Caarapó - das 881 famílias, 681 recebem cesta básica (pag. 807).
ONGs manipulam lideranças indígenas em função de seus interesses, inclusive,
gerir os recursos que são destinados aos índios (pag, 140);
Admite que, a título de proteger a biodiversidade, as áreas indígenas na Amazônia
são usadas para impedir o processo de desenvolvimento da região (pag, 182);
A FUNAI é um orgão que não funciona. Em 38 anos teve 31 Presidentes. O autor
complementa: ALGUNS PERTENCIAM AS PRÓPRIAS ONGs.
Conclue-se que, as ações antropológicas caminham para a conservação do primitivismo e, intocabilidade dos recursos naturais das áreas indígenas, fazendo-os dormitar sobre imensas riquezas. Questiona-se: Porque as Organizações Ambientalistas"Indigenistas que tanto se dizem defensores dos índios(sic), não exercem idêntica pressão para que seus recursos naturais sejam racionalmente explorados em benefício de seus povos. Porque não exercem idêntico esforço para que o Governo brasileiro explore os recursos minerais que estão em seus subsolos, repassando-lhes os devidos royalty, dando-lhes condições de ter saneamento, uma boa saúde, escolas de qualidade, recursos tecnológicos para produção agrícola e, de forma sustentável, explorem seus recursos madeireiros e não madeireiros. Com os recursos auferidos implantem universidade indígena, laboratórios de pesquisa e, aliem seus conhecimentos milenares à pesquisa científica da biota Amazônica e, patenteiem novos produtos sejam fármacos ou não. Se
isso ocorresse, de fato, seria a redenção indígena e, as ONGs Ambientalistas"Indigenistas dariam prova que, efetivamente, interessam-se pela qualidade de vida de nossos índios e, não essa canalhice que estão fazendo, convertendo populações ribeirinhas em áreas indígenas a fim de
usá-los para impedir obras de infra-estrutura vitais para Amazônia e ao país, transformando-os em meros guardiões não assalariados da natureza e, condenando-os à permanente pobreza e a manutenção do primitivismo. É chegada a hora do Executivo e, o Congresso Nacional, porem um fim a esses criminosos propósitos.